O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão
Doutrina espírita - 2ª parte.

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Opinião espírita — Emmanuel / André Luiz — F. C. Xavier / Waldo Vieira


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Estar com tudo

O Livro dos Espíritos — Questão 886. n


1 Frequente encontramos companheiros de excelente formação moral convictos de que atender à caridade será aceitar tudo e que a paciência deve tudo aguentar.

2 A evolução, no entanto, para crescer, exige muito mais a supressão que a conservação.

3 Em nenhum setor da existência o progresso e a cultura se compadecem com o “estar com tudo”.

4 A caridade da vida é aperfeiçoamento.

5 A paciência da natureza é seleção.

6 Todas as disciplinas que acrisolam a alma cortam impulsos, hábitos, preferências e atitudes impróprias à dignidade espiritual.

7 Todos os seres existentes na Terra se aprimoram à medida que o tempo lhes subtrai as imperfeições.

8 Na experiência cotidiana, os exemplos são ainda mais flagrantes.

9 Compra-se de tudo para a alimentação no instituto familiar, mas não se aproveita indiscriminadamente o que se adquire.

10 O corpo, a serviço do Espírito encarnado, às vezes se nutre com tudo, mas nunca retém tudo. Expulsa mecanicamente o que não serve.

11 No plano da alma, a lógica não é diferente. Podemos ver, ouvir e aprender tudo, mas se é aconselhável destacar a boa parte de cada cousa, não é compreensível concordar com tudo.

12 Necessário ver, ouvir e aprender com discernimento. Imprescindível observar um companheiro mentalmente desequilibrado com caridade e paciência, mas em nome da caridade e da paciência não se lhe deve assimilar a loucura.

13 Devemos tratar com benevolência e brandura quantos não pensem por nossa cabeça, entretanto, a pretexto de lhes ser agradáveis não se lhes abraçará os preconceitos, enganos, inexatidões ou impropriedades.

14 A Doutrina Espírita está alicerçada na lógica e para sermos espíritas é impossível fugir dela.

15 Há que auxiliar a todos, como nos seja possível auxiliar, mas tudo analisando para que o critério nos favoreça…

16 Paulo de Tarso, escrevendo aos coríntios, afirmou que “a caridade tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta”, ( † ) mas não se esqueceu de recomendar aos tessalonicenses que examinassem tudo, retendo o bem. ( † ) 17 Admitamos assim, com o máximo respeito ao texto evangélico que o apóstolo da gentilidade ter-se-ia feito subentender naturalmente, explicando que a caridade tudo sofre de maneira a ser útil, tudo crê para discernir, tudo espera de modo a realizar o melhor e tudo suporta a fim de aprender, mas não para estar em tudo e tudo aprovar.


André Luiz


Texto extraído da 1ª edição desse livro.

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