3. — No campo da Química, as forças
do Plano espiritual auxiliam o homem terrestre?
— Os prepostos de Jesus espalham-se por todos os setores do trabalho humano e, em todos os tempos cooperaram com o homem no seu esforço de aperfeiçoamento; aliás, os estudiosos e os cientistas do planeta não criaram os fenômenos químicos, que sempre existiram desde a aurora dos tempos, afirmando uma inteligência superior.
Os homens, em verdade, aprenderam a química com a Natureza, copiaram as suas associações, desenvolvendo a sua esfera de estudos e inventaram uma nomenclatura, reduzindo a sua ação a analisar, combinar e convencionar os valores químicos, sem lhes apreender a origem divina.
4. — Nos estudos da Química, avaliam-se
em cerca de um quarto de milhão as substâncias da Terra, que podem ser
reduzidas, aproximadamente, como originárias de oitenta elementos. (v.
Nota) Quando os estudos dessa ciência foram ampliados,
poderão reduzir-se, ainda mais, as fontes de origem?
— A Química necessita apresentar essa divisão de elementos para a catalogação dos valores educativos com vistas às investigações de natureza científica, no mundo; contudo, se na sua base estão os átomos, na mais vasta expressão de diversidade, mesmo assim tenderá sempre para a unidade substancial, em remontando com as verdades espirituais às suas fontes de origem.
Aliás em se tratando das individuações químicas, já conheceis que o hidrogênio, no quadro dos conhecimentos terrestres, é o corpo mais simples de todos. Seu átomo é a forma primordial da matéria planetária, constituindo-se do sistema absolutamente simplificado, porque composto de um só elétron, de onde partem as demais individuações no mecanismo evolutivo da matéria, em suas expressões rudimentares.
5. — Nos chamados movimentos brownianos
e nas afinidades moleculares poderemos observar manifestações de espiritualidade?
— Nos chamados movimentos brownianos, † bem como nas atrações moleculares, ainda não poderemos ver, propriamente, manifestações de espiritualidade, como princípio de inteligência, mas fenômenos rudimentares da vida em suas demonstrações de energia potencial, na evolução da matéria, a caminho dos princípios anímicos, sob a bênção de luz da natureza divina.
6. — Houve uma unidade material
para a formação das várias expressões orgânicas existentes na Terra?
— Assim como o químico humano encontra no hidrogênio a fórmula mais simples para estabelecer a rota de suas comparações substanciais, os Espíritos que cooperaram com o Cristo, nos primórdios da organização planetária, encontraram, no protoplasma, o ponto de início para a sua atividade realizadora, tomando-o como base essencial de todas as células vivas do organismo terrestre.
7. — Existe uma lei de progresso
para a individuação química?
— Na conceituação dos valores espirituais, a lei é de evolução para todos os seres e cousas do Universo. As individuações químicas possuem igualmente a sua rota para obtenção das primeiras expressões anímicas, sendo justo observarmos que, no círculo industrial, a individuação é trabalhada pelos processos mais grosseiros, até que possa ser aproveitada pelo agente invisível na química biológica, onde entra em novo ciclo vital, na ascensão para o seu destino.
8. — Qual a diferença observada
pelos Espíritos entre a química biológica e a industrial?
— Na primeira preponderam os ascendentes espirituais, em todas as organizações; ao passo que na segunda todos os fatores podem ser de atuação propriamente material.
Nisso reside a grande diferença. É que, na intimidade da célula orgânica, o fenômeno da vida submete-se a um agente divino, em sua natureza profunda, e, nos compostos industriais, as combinações químicas podem obedecer a um agente humano.
9. — A radioatividade opera a destruição
ou a evolução da matéria?
— Através da radioatividade, verifica-se a evolução da matéria. É nesse contínuo desgaste que se observam os processos de transformação das individuações químicas, convertidas em energia, movimento, eletricidade, luz, na ascensão para novas modalidades evolutivas, em obediência às leis que regem o Universo.
10. — Onde a fonte de energia
para a matéria, de vez que a radioatividade opera incessantemente, trabalhando
as suas forças?
— O Sol é essa fonte vital para todos os núcleos da vida planetária. Todos os seres, como todos os centros em que se processam as forças embrionárias da vida, recebem a renovação constante de suas energias através da chuva incessante dos átomos, que a sede do sistema envia à sua família de mundos, equilibrados na sua atração, dentro do Infinito.
11. — Como deveremos compreender
a assertiva dos químicos: “nada se cria, nada se perde”?
— Em verdade, o Espírito humano não cria a vida, atributo de Deus, fonte da criação infinita e incessante; contudo, se o homem não pode criar o fluido da vida, nada se perde da obra de Deus em torno dele, porque todas as substâncias se transformam na evolução para mais alto.
12. — Em face da exatidão com
que se efetuam as combinações naturais da química orgânica, como entender
as diversas expressões da natureza em seus primórdios?
— As expressões diversas da Natureza terrestre, em suas primitivas agregações moleculares, obedeceram ao pensamento divino dos prepostos de Jesus, quando nas manifestações iniciais da vida sobre a crosta do orbe.
Remontando a essas origens profundas, podeis observar, então, o esforço dos Espíritos sábios do Plano invisível, na manipulação dos valores da química biológica nos primórdios da vida planetária, estabelecendo a caracterização definitiva dos processos da Natureza na fixação das espécies, prevendo todo mecanismo da evolução no futuro, e entregando o seu trabalho às leis da seleção natural que, sob a égide de Jesus, prosseguiriam no aperfeiçoamento da obra terrestre através do tempo.
13. — As forças espirituais organizaram
igualmente a atmosfera do mundo?
— Isso é indubitável. A inteligência com que foram dispostos os elementos do cenário, para o desenvolvimento da vida no planeta, vo-lo comprova.
A algumas dezenas de quilômetros foram colocados os revestimentos do ozônio, destinados a filtrar os raios solares, dosando-lhes a natureza para a proteção da vida.
Da atmosfera recebeis a maior percentagem de nutrição para o entretenimento das células.
E como o nosso escopo não é o de citações eruditas, nem o de redizer os preceitos científicos do mundo, lembremos que um homem, na manutenção da sua vida orgânica, necessita de regular quantidade de oxigênio, quinze gramas de azoto (alimentar) e quinhentos gramas de carbono (alimentar). O oxigênio é uma dádiva de Deus para todas as criaturas; quanto ao azoto e ao carbono, é pela sua obtenção que o homem luta afanosamente na Terra, recordando-nos a exortação dos textos sagrados ao Espírito que faliu, — “comerás o pão com o suor do teu rosto”. ( † )
O problema básico da nutrição, nessa conta de química, é uma reafirmação da generosidade paterna do Criador e do estado expiatório em que se encontram as almas reencarnadas neste mundo.
14. — Como compreender a afirmativa
dos astrônomos relativamente à morte térmica do planeta?
— É certo que todo organismo material se transformara, um dia, revestindo novas formas. As energias do Sol, como as forças telúricas † do orbe terrestre, serão esgotadas aqui, para surgirem noutra parte. Alguns astrônomos calculam a morte térmica do planeta para daqui a um milhão de anos, aproximadamente. †
Já se disse, porém, que a vida é o eterno presente. E o nosso primeiro dever não é o de contar o tempo, demarcando, em bases inseguras, a duração das obras reconhecidamente transitórias, mas o de valorizá-lo como oportunidade sagrada para as edificações definitivas do nosso Espírito, que são inacessíveis a todas as transformações da matéria, em face do Infinito.
Emmanuel
[NOTA. — Em 1940 a tabela periódica ainda não possuía os novos elementos descobertos posteriormente.]