1 LOGO após, entrou Leonardo em casa, onde esperou o pai para o almoço.
2 Nem sequer olhou para a sua mamãe que ia afobada, de um lado para outro, atenta aos preparativos da refeição. Temendo o serviço, fechou-se no quarto, até que a voz materna se fizesse ouvir à porta, chamando-o carinhosamente.
3 O pai já havia chegado, preparando-se para o almoço. Viera suado, mas prazenteiro, carregando dois cestos pesados de morangos, cenouras, bananas e abacaxis.
4 Leonardo, porém, mantinha-se distante de qualquer expressão de reconhecimento e nem se dignou de reparar as frutas.
5 Posta a mesa em toalha muito limpa, debalde sua mamãe lhe recomendava compostura e silêncio.
6 O menino choramingava, entre lamentações e palavras feias.
— Onde está o meu bife? — Reclamava, gritando, em vista da ausência da carne.
7 — Sirva-se dos ovos, meu filho! Dizia sua mamãe carinhosa e boa.
— Não quero! Não quero!… — Exclamava o filho ingrato.
— As cenouras e batatas estão excelentes, — acentuava a senhora com desvelo.
8 O pequeno malcriado, no entanto, longe de corresponder à bondade dos pais, abandonou a mesa precipitadamente, dirigindo-se para a cozinha, onde bebeu quase um litro de leite às escondidas.
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Veneranda