“E tornando a inclinar, escrevia na terra.” — (João 8.8)
1 Quanta gente não abusará dos recursos da escrita, por veicular imposições e difundir enganos na Terra?
2 Quantos Espíritos, mesmo desencarnados, valem-se dessa possibilidade para atender a venenosos caprichos individuais?
3 Aqui escreve-se para a consecução de determinados objetivos inferiores, além, aproveitam-se publicações para o mercado de propósitos subalternos.
4 Quantas vezes, nós mesmos, teremos movimentado o jornal ou o livro, pretendendo impor nossa interpretação individual?
5 Quem escreve precisará lutar contra numerosas leviandades que ameaçam o espírito. É indispensável guardar-se todos os dias. E, nessa vigilância justa, será razoável lembrar a posição de Jesus que não deixou livros ou pergaminhos, legando-nos, apesar disso, os tesouros da vida imperecível.
6 Importa considerar, no entanto, que o Mestre Divino escreveu na terra. ( † ) Nunca encontraste o simbolismo profundo desse gesto do Cristo? n
7 Quem poderá passar no planeta sem grafar alguma ideia nos caminhos do mundo? Nem todo homem gravará páginas, mas todos escreverão na Terra a história de sua passagem comum.
8 No campo, traçará leiras, plantará árvores, modificará paisagens; nas cidades construirá oficinas, instituirá universidades, levantará edifícios.
9 A Terra é o grande livro que o Senhor nos deu aos serviços de formação espiritual.
10 Ainda que não percebas, estás escrevendo diariamente. Se és a criatura de entendimento frágil, se ainda não tens o contato com os ensinamentos do Cristo, não te descuides da escrita diária.
11 Vê o que gravas nas páginas da vida.
Tuas mãos e atitudes gravam sempre, a todo minuto, com as tintas luminosas ou sombrias do coração.
12 A Terra está registrando o que fazes.
Não manches o livro que o Pai nos confiou.
Emmanuel
[1] No original: “de Cristo” — Vide explicação de Allan Kardec sobre a anteposição do artigo à palavra Cristo.