1 A família consanguínea é lavoura de luz da alma, dentro da qual triunfam somente aqueles que se revestem de paciência, renúncia e boa vontade.
2 De quando a quando, o amor nos congrega, em pleno campo da vida, regenerando-nos a sementeira do destino.
3 Geralmente, não se reúnem a nós os companheiros que já demandaram a Esfera Superior, dignamente aureolados por vencedores, e sim afeiçoados menos estimáveis de outras épocas, para restaurarmos o tecido da fraternidade, indispensável ao agasalho de nossa alma, na jornada para os cimos da vida.
4 Muitas vezes, na condição de pais e filhos, cônjuges ou parentes, não passamos de devedores em resgate de antigos compromissos.
5 Se és pai, não abandones teu filho aos processos evolutivos da natureza animal, qual se fora menos digno de atenção que a hortaliça de tua casa.
6 A criança é um “trato de terra espiritual” que devolverá o que aprende, invariavelmente, de acordo com a sementeira recebida.
7 Se és filho, não desprezes teus pais, relegando-os ao esquecimento e subestimando-lhes os corações, como se estivessem em desacordo com os teus ideais de elevação e nobreza, porque também, um dia, precisarás da alheia compreensão para que se te aperfeiçoe na individualidade a região presentemente menos burilada e menos atendida.
8 A criatura no acaso da existência é o espelho do teu próprio futuro na Terra.
9 Aprende a usar a bondade, em doses intensivas, ajustando-a ao entendimento e à vigilância para que a tua experiência em família não desapareça no tempo, sem proveito para o caminho a trilhar.
10 Quem não auxilia a alguns, não se acha habilitado ao socorro de muitos.
11 Quem não tolera o pequeno desgosto doméstico, sabendo sacrificar-se com espontaneidade e alegria, a benefício do companheiro de tarefa ou de lar, debalde se erguerá por salvador de criaturas e situações que ele mesmo desconhece.
12 Cultiva o trabalho constante, o silêncio oportuno, a generosidade sadia e conquistarás o respeito dos outros, sem o qual ninguém consegue ausentar-se do mundo em paz consigo mesmo.
13 Se não praticas no grupo familiar ou no esforço isolado a comunhão com Jesus, não te demores a buscar-lhe a vizinhança, a inspiração e a diretriz.
14 Não percas o tesouro das horas em reclamações improfícuas ou destrutivas.
15 Procura entender e auxiliar a todos em casa, para que todos em casa te entendam e auxiliem na luta cotidiana, tanto quanto lhes seja possível.
16 O lar é o porto de onde a alma se retira para o mar alto do mundo, e quem não transporta no coração o lastro da experiência dificilmente escapará ao naufrágio parcial ou total.
17 Procura a paz com os outros ou a sós.
18 Recorda que todo dia é dia de começar.
Emmanuel
[1] O título entre parênteses é o mesmo da mensagem original publicada em 1981 pela editora CEU e é a 1ª lição do
livro “Família.” — Esse capítulo foi restaurado: Texto do livro impresso.