1 Quando a Morte reclama nossa vida
E a carne se retrai desfalecente,
Raro aquele que, em lágrimas, não sente
A desventura da ilusão perdida.
2 Aqui, chora a amargura indefinida
Do tempo renovado, inutilmente…
Além, grita a revolta impenitente
Na dor de toda falta cometida.
3 Oh! vós, que desfrutais o corpo amigo,
Não repouseis no sacrossanto abrigo!
Plantai com Cristo o Amor que não se engana.
4 Crescei no bem, guardando a fé robusta!
No sepulcro, há resposta clara e justa
À sementeira da existência humana.
João Coutinho
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