1 Deixa que a Dor te rasgue o peito, ao grito
Da angústia extrema que te prende e enluta!
O buril que lacera a pedra bruta
Guarda o poder tirânico e bendito.
2 Infortunado, mísero, proscrito,
Segue, de pés sangrando, sob a luta,
De fronte iluminada e face enxuta,
Prelibando a grandeza do Infinito…
3 Avança à frente, moribundo embora,
Cultivando a bondade que aprimora,
De alma oprimida a soluçar, de rastros
4 Louva o crisol da desventura humana
Que a Vida Pura reina, soberana,
No roteiro mirífico dos astros.
Cruz e Souza
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