O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão
Doutrina espírita - 2ª parte.

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Na hora do testemunho — Autores diversos — F. C. Xavier / J. Herculano Pires


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Problemas da evolução

Francisco Cândido Xavier


No início da nossa reunião pública de ontem, o Livro dos Espíritos deu-nos para estudo a sua questão 782. Os comentaristas teceram valiosas considerações em torno da nossa época de agitado progresso material. Muitos ângulos do assunto foram examinados. Ao término das nossas atividades, nosso caro Emmanuel escreveu a página que lhe envio, no propósito de recebermos sua valiosa contribuição, em apontamentos que nos auxiliem no estudo doutrinário, como sempre, agradecendo, desde já, o que possa fazer em favor da continuidade das nossas reflexões sobre a renovadora doutrina.


Nota da Redação. — A mensagem foi recebida na noite de 7 do corrente, e a carta de Chico Xavier é datada de 9, dia da reunião da USE em São Paulo.




Autorrenovação


Emmanuel


1 Atualmente, na Terra, todos ouvimos, com freqüência, a afirmativa geral — “eis que o mundo se transforma”.

2 Efetivamente, no Plano Físico, em apenas um quartel de século, alteraram-se basicamente quase todos os setores da vida em si.

3 Robôs específicos, quais sejam tratores ou máquinas de lavar, poupam imensidade de trabalho e os processos de intercâmbio, os mais rápidos, converteram o Planeta em casa grande com grande família entreunida nas mesmas realizações e nas mesmas dificuldades.

4 A criatura humana, porém, conquanto se extasie perante os avanços do progresso e, por vezes, se veja constrangida a súbitos deslocamentos emocionais, em vista das novas orientações psicológicas, observa, dentro de si própria, que as ocorrências do espírito continuam as mesmas.

5 O amor genuíno não sofreu qualquer modificação;

6 a atração dos sexos, do ponto de vista da coletividade, não experimentou mudança alguma;

7 o sofrimento moral é absolutamente semelhante àquele que devastava civilizações de há muito desaparecidas;

8 o imperativo da educação não abandonou o lugar que lhe compete na vida comunitária;

9 a ordem social não passou por alienação nenhuma, a fim de que a segurança comum se faça resguardada nos alicerces da justiça;

10 e a morte prossegue em toda parte, como sendo uma força que se impõe no mundo à custa de lágrimas.


11 Consideremos tudo isso e não te permitas abater se lutas, porventura te assediem a estrada.

12 Ante a perspectiva de mais mudanças no plano exterior, no imo da alma, sejamos mais nós mesmos.

13 Por mais complexa se mostre a moldura do quadro em que vives, no mundo, nele transitas, à feição de viajor, no hotel das facilidades materiais, com vinculações de trânsito e compromissos de tempo certo.


14 A Terra se renova, substancialmente, oferecendo reconforto em todas as direções; entretanto — ponderamos com respeito — é preciso saibas o que fazes de ti para que o carro da evolução não te colha sob as suas rodas inexoráveis.


15 Ampara-te na fé em Deus, seja qual seja o campo religioso em que estagies, construindo resistência íntima com os recursos do conhecimento e do amor.

16 Desvincula-te das preocupações improdutivas para que te não afastes do essencial.

17 Usa os bens que a vida te empresta atendendo ao bem dos outros, sem permitir que os bens dos quais te fizeste usufrutuário te acorrentem ao poste das aflições inúteis.

18 Serve sem apego. Ama sem escravizar o próximo ou a ti mesmo.  E ilumina-te, seguindo adiante.


19 É da Lei Divina que o mundo se transforme independentemente de nossa vontade, mas é igualmente da Lei do Senhor que a nossa renovação, sejam quais forem as influências exteriores, dependa sempre e exclusivamente de nós.




Em Defesa de Chico


Irmão Saulo


Chega no momento oportuno esta mensagem de Emmanuel. Dia 9 último, na reunião do Conselho Deliberativo Estadual da USE, o Sr. Luís Monteiro de Barros leu uma carta de Paulo Alves Godoy em que este atira sobre o médium Chico Xavier a responsabilidade pela adulteração de O Evangelho Segundo o Espiritismo. Acontece que Chico não é membro da Federação nem da USE e não exerce em nenhuma dessas instituições qualquer espécie de cargo administrativo. Como pode ele responder pela adulteração praticada? A acusação caiu no vazio, mas serve para ilustrar as assertivas de Emmanuel em sua mensagem que hoje publicamos, enviada por Chico para esta edição.


Emmanuel considerou a existência de dois planos evolutivos: o plano do mundo, constituído pela Natureza e a Sociedade, e o plano do homem, em que temos um ser espiritual em desenvolvimento. É a mesma colocação feita pelo Livro dos Espíritos na questão 782, a que Chico se refere em sua carta, no trecho acima transcrito. Escreve Emmanuel: “Ante a perspectiva das mudanças no plano exterior, sejamos mais nós mesmos”.


Nesta hora de transição da Terra as mudanças se aceleraram em todos os setores. O Sr. Paulo Alves Godoy, como confessa na sua explicação da edição adulterada quis seguir o ritmo das mudanças no plano Exterior, imitando as “atualizações” que são feitas na Bíblia e nos Evangelhos pelas várias religiões cristãs. Deixou de ser ele mesmo, esqueceu-se de sua condição espírita e atirou-se ao campo das mudanças adotadas pelas religiões formalistas. O resultado foi o que vimos. Felizmente a USE (União das Sociedades Espíritas do Estado) não se deixou levar por essa fascinação, reprovando-a energicamente.


O que falta a muitos espíritas neste momento é compreender o problema colocado por Emmanuel. Um pouco de reflexão e de humildade teria evitado toda essa confusão. Chico e os Espíritos não podem responder pelas ações decorrentes do livre-arbítrio humano.


Texto extraído da 1ª edição desse livro.

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