O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão
Doutrina espírita - 2ª parte.

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Na hora do testemunho — Autores diversos — F. C. Xavier / J. Herculano Pires


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Trabalho urgente

Francisco Cândido Xavier


Os amigos espirituais costumam informar que são muitos os mensageiros que estimariam o intercâmbio conosco, mas o trabalho urgente no mercado de consumo das ideias espíritas (esta definição é do nosso amigo Irmão X) não nos tem permitido o contato que seria de desejar. Aguardemos.

Em preces sobre os nossos assuntos, recebi os apontamentos do nosso querido Cairbar Schutel, dirigidos à sua bondade, que lhe envio.




Viagem Acidentada


Cairbar Schutel


1 O corpo é embarcação que às vezes, reclama reparos.  2 A viagem na Terra — mormente agora; quando se afigura o mundo encapelado oceano — é marcha tocada de imprevistos acidentes, aguaceiros, dificuldades.  3 Mas você está vencendo galhardamente tudo isso. 4 Quanto ao mais, evite excessivas despesas de força mental, até que se observe intimamente refeito. 5 Estamos a postos, e, conosco, muitos companheiros da empreitada de trabalho renovador, a que nos empenhamos na seara da luz.

6 Confiemos, meu amigo, e dentro das nossas possibilidades, trabalhemos fiéis aos nossos compromissos com a Vida Superior. Com você, o amigo e companheiro reconhecido:

Cairbar




Na Hora do Testemunho


Irmão Saulo


É fácil enfrentarmos a vida e mantermos acesa uma lamparina para iluminar o nosso recanto. Mas sabemos que não viemos ao mundo — mormente numa hora decisiva como esta — para viver isolados em nossa comodidade pessoal. E se temos consciência plena dessa realidade maior, sabemos quando ela nos chama para o testemunho público. Não é fácil então sairmos do recanto particular, onde nos basta a luz de uma lamparina, para acendermos lá fora o farol que deverá espancar as trevas de uma noite de temporal. As rajadas de vento e chuva, as descargas elétricas da atmosfera, a lama que invade a estrada, as dificuldades imprevistas exigem o nosso esforço em favor dos outros, até mesmo dos que se refugiaram nas cavernas da ignorância e da conveniência, da vaidade e do orgulho, amaldiçoando a nossa intervenção perturbadora.


Cairbar Schutel — cuja obra também está sendo adulterada neste momento — foi sempre um trabalhador incansável e um defensor da verdade acima de tudo. No seu tempo, que é ainda o nosso, Cairbar lutava para fazer aquilo que Chico Xavier ainda hoje proclama, no tocante às nossas atividades doutrinárias: “A Codificação acima de tudo!” Porque sem ela, sem a sua preservação como Chico assinalou, não teremos sequer a possibilidade de discernir com segurança no plano dos valores espirituais. Como Bezerra como Eurípedes, como Batuira — o grande campeão dos princípios kardecianos em São Paulo — Cairbar zelou pela Codificação sem jamais transigir na hora do testemunha.


As palavras que nos dirigiu numa mensagem íntima, através de Chico Xavier, e da qual destacamos os trechos acima, por sua evidente aplicação ao momento doutrinário que estamos vivendo, traçam as linhas claras da conduta única dos espíritas conscientes. Não quiséssemos guardá-las apenas para nós, na hora em que o rugir das paixões aturde a tantos companheiros que jamais suspeitaríamos capazes de fracassar na hora da prova.


Jesus não veio ao mundo para fundar uma nova religião sectária e criar novas escolas de fanatismo igrejeiro. O Cristianismo é um marco da evolução cultural e espiritual da Terra, um divisor de águas. O mundo antigo morreu para que um mundo novo surgisse. Mas Jesus sabia que a sua sementeira levaria dois milênios para desenvolver-se e frutificar. Por isso prometeu-nos o Espírito da Verdade, que enviou no momento preciso, incumbido de restabelecer a pureza dos seus ensinos e completar as revelações que não podia ampliar no seu tempo, em virtude do atraso cultural do mundo. A hora chegou e a hora é, como dizia Vinicius. (o saudoso Pedro de Camargo) e não temos o direito de trair os nossos compromissos no momento mais grave da evolução terrena.


Enganam-se os que pensam servir ao Cristo deformando os textos de Kardec, tentando corrigir Kardec e Jesus, emendar os Evangelhos e a codificação. Os textos de Kardec, constituem a III Revelação e são ditados e inspirados pelo Espírito da Verdade. Não é para fazer escândalo que os defendemos. O escândalo vem pelos que o adulteram, os que os deformam e ridicularizam, os que aprovam e sustentam essa traição consciente ou inconsciente à Doutrina Espírita. Que as palavras de Cairbar Schutel possam despertar os que ainda insistem no erro — é tudo quanto desejamos. Que a paz das consciências se restabeleça, com a volta de todos à fidelidade e ao respeito à Verdade.


Texto extraído da 1ª edição desse livro.

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