1 A viúva havia perdido o filho que se lhe fizera arrimo, assassinado por um amigo que o tóxico desequilibrara e que fugira ao pronunciamento da justiça.
2 Depois de alguns meses, estava ela distribuindo refeições a pessoas necessitadas, numa instituição cristã de beneficência, quando alguém lhe apontou um rapaz à mesa e lhe segredou:
— Aquele é o matador de seu filho.
3 A senhora, com grande terrina às mãos, estremeceu; mas voltando-se para uma parede lateral, como quem desejava ausentar-se daquela situação, esbarrou com a efígie de Cristo Crucificado. n
3 Imediatamente, recordou que o Divino Mestre também fora exterminado sem culpa.
4 Estranha força lhe surgiu no coração e prosseguiu adiante.
5 Chegando ao prato do rapaz indicado, passou a servi-lo com gentileza.
6 O moço, surpreendido, perguntou-lhe:
— A senhora sabe que matei seu filho e que sou um assassino…
Como pode me servir com tanta bondade?
7 Ela, porém, sorriu levemente e apontando-lhe, com o olhar, a face do Senhor, na tela à frente, respondeu com brandura:
— O senhor não é o assassino de meu filho.
Em nome de Jesus, o senhor é nosso irmão.
[Vide a lição: Prova de amor.]
Emmanuel
[1] No original: “de Cristo” — Vide explicação de Allan Kardec sobre a anteposição do artigo à palavra Cristo.