1 Gritava Nhô Limundo, com braveza,
No antigo Fazendão do Rio Fundo:
“No meu sítio não quero vagabundo!…”
E punha fogo às choças da pobreza.
2 As mulheres clamavam: “Que tristeza!”
E os Velhos: “Deus nos valha neste mundo!…”
Sem compaixão seguia Nhô Limundo
Fazendo fogaréu de palha acesa.
3 Mas o velho morreu… Estava louco,
Via fogo dos pés até no coco…
Rogou reencarnação quanto podia…
4 Hoje é feliz na Roça do Macaco,
Tem sossego, mas mora num barraco
Que pega fogo quase todo dia.
Cornélio Pires
|