1 Não te detenhas a reclamar, quando a oportunidade te faculta repartir.
2 Muitos estimarão a largueza da praça, deitando cáustico verbal sobre aqueles que se elevaram à responsabilidade da evidência pública ou fabulando negativamente em torno das ocorrências do dia, sem perceber que poderiam converter o próprio tempo em amparo aos semelhantes.
3 Caminharás, porém, no dever de servir. Compreenderás que uma hora vazia é valor depredado na edificação do bem coletivo, tanto quanto o pão desperdiçado é furto indireto, à mesa daqueles irmãos que enfrentam a ameaça da fome.
4 Reconhecerás que a obrigação de repartir é lei universal para todas as criaturas.
5 Reparte o sol os benefícios de suas forças, reparte a fonte os donativos de suas águas.
6 Divide igualmente os teus recursos, quaisquer que eles sejam, para multiplicar a felicidade comum.
7 Concederás um raio de luz da tua fé a cada um daqueles que a descrença conserva na noite do desânimo; transmitirás teus conhecimentos elevados aos companheiros que a ignorância congrega na sombra; estenderás o talento da coragem aos que perderam a esperança; partilharás teu dinheiro com as vítimas da penúria…
8 Farás mais ainda. Promoverás o teu enriquecimento moral na prática dos princípios superiores que assimilas e aumentarás a tua prosperidade a fim de repartir o bem, cada vez mais.
9 Não te voltes para trás, para enumerar as rosas do louvor ou os espinhos da ingratidão.
10 Ajuda e segue adiante, na certeza de que basta o privilégio de oferecer aos outros o melhor do que és e o melhor do que fazes.
11 Muitos acusam ou se queixam. Sê tu a voz que abençoa e a mão que auxilia.
12 E se alguém te reprova ou te não entende, serve mesmo assim, recordando que, adiante de nós, caminha sempre o Infinito Amor d’Aquele que é a vida de nossas vidas e que se oculta, incompreendido e silencioso, na sílaba única com que se nos apresenta sob o nome de Deus.
Emmanuel