1. MENTE
E PSICOSSOMA. — Compreendendo-se o envoltório psicossomático por templo da alma, 2
estruturado em bilhões de células a se caracterizarem por atividade
incessante, 3 é natural
imaginemos cada centro de força e cada órgão por departamentos de trabalho,
interdependentes entre si, não obstante o caráter autônomo atribuível
a cada um.
4 Semelhantes peças, no entanto,
obedecem ao comando mental, sediado no cérebro, que lhes mantém a coesão
e o equilíbrio, por intermédio das oscilações inestancáveis do pensamento.
5 Temos, assim, as
variadas províncias celulares sofrendo o impacto constante das radiações
mentais, a lhes absorverem os princípios de ação e reação desse ou daquele
teor, 6 pelos quais
os processos da saúde e da enfermidade, da harmonia e da desarmonia
são associados e desassociados, conforme a direção que lhes imprima
a vontade.
7 Naturalmente não
podemos esquecer que o alimento comum garante a subsistência do corpo
físico, através da permuta contínua de substâncias com a incessante
transformação de energia 8
e isso acontece porque a força mental conjuga substância e energia na
produção dos recursos de apoio à existência e dos elementos reguladores
do metabolismo.
9 Além desses fatores, cabe-nos
contar com os fatores mentais para a sustentação de todos os agentes
da vida, que se fará dessa ou daquela forma, segundo a qualidade desses
mesmos ingredientes.
10 Conforme a integridade desses
princípios, resultará a integridade do poder mecânico da mente para
a formação dos anticorpos na intimidade das forças componentes do sistema
sanguíneo.
2. SANGUE
E FLUIDOTERAPIA. — Salientando-se que o sistema hemático no corpo físico representa o
conjunto das energias circulantes no corpo espiritual ou psicossoma,
2 energias essas tomadas
em princípio pela mente, através da respiração, ao reservatório incomensurável
do fluido cósmico, 3
é para ele que nos compete voltar a atenção, no estudo de qualquer processo
fluidoterápico de tratamento ou de cura.
4 Relacionados com os centros
psicossomáticos, os variados núcleos da vida sanguínea produzem as grandes
coletividades corpusculares das hemácias, dos leucócitos, trombócitos,
macrófagos, linfócitos, histiócitos, plasmócitos, monócitos e outras
unidades a se dividirem, inteligentemente, em famílias numerosas, movimentando-se
em trabalho constante, desde os fulcros geratrizes do baço e da medula
óssea, do fígado e dos gânglios, até o âmago dos órgãos.
5 Fácil entender que todo
desregramento de natureza física ou moral faz-se refletir, de imediato,
por reações mentais consequentes, sobre as províncias celulares, determinando
situações favoráveis ou desfavoráveis ao equilíbrio orgânico.
6 O pensamento é a força que,
devidamente orientada, no sentido de garantir o nível das entidades
celulares no reino fisiológico, lhes facilita a migração ou lhes acelera
a mobilidade para certos efeitos de preservação ou defensiva, seja na
improvisação de elementos combativos e imunológicos ou na impugnação
aos processos patogênicos, com a intervenção da consciência profunda.
7 Deduzimos, sem dificuldade,
que se é possível hipnotização da mente humana, com vistas a certos
fins, com mais propriedade operar-se-á a magnetização das entidades
corpusculares, para efeitos determinados, no ajustamento das células.
3. MÉDIUM PASSISTA. — Entendemos que a mediunidade curativa se reveste da mais alta importância, desde que alicerçada nos sentimentos mais puros da mais pura fraternidade.
2 É claro que não nos reportamos
aos magnetizadores que desenvolvem as forças que lhes são peculiares,
no trato da saúde humana.
3 Referimo-nos sim, aos intérpretes
da Espiritualidade Superior, consagrados à assistência providencial
aos enfermos, para encorajar-lhes a ação.
4 Decerto, o estudo
da constituição humana lhes é naturalmente aconselhável, tanto quanto
ao aluno de enfermagem, embora não seja médico, se recomenda a aquisição
de conhecimentos do corpo em si. 5
E do mesmo modo que esse aprendiz de rudimentos da Medicina precisa
atentar para a assepsia do seu quadro de trabalho, o médium passista
necessitará vigilância no seu campo de ação, porquanto de sua higiene
espiritual resultará o reflexo benfazejo naqueles que se proponha socorrer.
6 Eis porque se lhe
pede a sustentação de hábitos nobres e atividades limpas, com a simplicidade
e a humildade por alicerces no serviço de socorro aos doentes, de vez
que semelhantes fatores funcionarão à maneira do tungstênio na lâmpada
elétrica, suscetível de irradiar a força da usina produzindo a luz necessária
à expulsão da sombra.
7 O investimento cultural
ampliar-lhe-á os recursos psicológicos, facilitando-lhe a recepção das
ordens e avisos dos instrutores que lhe propiciem amparo, 8
e o asseio mental lhe consolidará a influência, purificando-a, além
de dotar-lhe a presença com a indispensável autoridade moral, capaz
de induzir o enfermo ao despertamento das próprias forças de reação.
4. MECANISMO DO PASSE. — Tendo mencionado o fenômeno hipnótico em diversas passagens de nossas anotações, a ele recorreremos, ainda uma vez, para definir o medianeiro do passe magnético por autêntico representante do magnetizador espiritual, à frente do enfermo.
2 Estabelecido o clima de
confiança, qual acontece entre o doente e o médico preferido, cria-se
a ligação sutil entre o necessitado e o socorrista e, por semelhante
elo de forças, ainda imponderáveis no mundo, verte o auxílio da Esfera
Superior, na medida dos créditos de um e outro.
3 Ao toque da energia emanante
do passe, com a supervisão dos benfeitores desencarnados, o próprio
enfermo, na pauta da confiança e do merecimento de que dá testemunho,
emite ondas mentais características, assimilando os recursos vitais
que recebe, retendo-os na própria constituição fisiopsicossomática,
através das várias funções do sangue.
4 O socorro, quase
sempre hesitante a princípio, corporifica-se à medida que o doente lhe
confere atenção, 5
porque, centralizando as próprias radiações sobre as províncias celulares
de que se serve, lhes regula os movimentos e lhes corrige a atividade,
mantendo-lhes as manifestações dentro de normas desejáveis, 6
e, estabelecida a recomposição, volve a harmonia orgânica possível,
assegurando à mente o necessário governo do veículo em que se amolda.
5. VONTADE
DO PACIENTE. — O processo de socorro pelo passe é tanto mais
eficiente quanto mais intensa se faça a adesão daquele que lhe recolhe
os benefícios, 2 de
vez que a vontade do paciente, erguida ao limite máximo de aceitação,
determina sobre si mesmo mais elevados potenciais de cura.
3 Nesse estado de
ambientação, ao influxo dos passes recebidos, as oscilações mentais
do enfermo se condensam, mecanicamente, na direção do trabalho restaurativo,
4 passando a sugeri-lo
às entidades celulares do veículo em que se expressam, e os milhões
de corpúsculos do organismo fisiopsicossomático tendem a obedecer, instintivamente
às ordens recebidas, sintonizando-se com os propósitos do comando espiritual
que os agrega.
6. PASSE
E ORAÇÃO. — O passe, como gênero de auxílio, invariavelmente
aplicável sem qualquer contra-indicação, é sempre valioso no tratamento
devido aos enfermos de toda classe, desde as criancinhas tenras aos
pacientes em posição provecta na experiência física, 2
reconhecendo-se, no entanto, ser menos rico de resultados imediatos
nos doentes adultos que se mostrem jungidos à inconsciência temporária,
por desajustes complicados do cérebro.
3 Esclareçamos, porém,
que, em toda situação e em qualquer tempo, cabe ao médium passista buscar
na prece o fio de ligação com os Planos mais elevados da vida, 4
porquanto, através da oração, contará com a presença sutil dos instrutores
que atendem aos misteres da Providência Divina, a lhe utilizarem os
recursos para a extensão incessante do Eterno Bem.
André Luiz