1. GERADORES E MOTORES. — Na produção de corrente contínua em eletricidade, possuímos geradores e motores, capazes de criar força eletromotriz e fornecer corrente, no que respeita aos geradores, ou de ceder potência determinada, no que tange aos motores.
2 Nas máquinas destinadas
a semelhantes serviços, encontramos os enrolamentos em tambor, que podem
ser imbricados ou ondulados, com particularidades técnicas variadas.
3 Anotando a multiplicidade
dos aparelhos dessa espécie, lembremo-nos de que os geradores, em sua
maioria, são sempre autoexcitados.
4 E para consolidar imagens
comparativas, preciosas no assunto, permitimo-nos repetir as figurações
já feitas, em capítulos anteriores, em torno da atenção e da
desatenção, para fixar com mais segurança o nosso estudo, acerca
da criação da energia mental e expansão respectiva.
2. GERADOR
“SHUNT”. — Observemos um gerador “shunt”, ( † )
em que o fenômeno da corrente elétrica é mais acessível ao nosso exame.
2 Imaginando-se-lhe o interruptor
aberto, quando o induzido começa a girar, repararemos que aí se plasma
pequena força eletromotriz, em vista da formação de magnetismo residual.
3 Essa força, no entanto,
não patrocina qualquer corrente circulante no campo.
4 Se fechamos, contudo, o
interruptor, a força eletromotriz gerada produz uma corrente no campo
que, por sua vez, determina a formação de uma força magnetomotriz de
sentido idêntico àquele em que se expressa o magnetismo residual, dilatando
o fluxo, até que a força eletromotriz alcance o seu máximo valor, de
conformidade com a resistência integral do campo.
5 A elevação da voltagem cessa
no ponto em que a linha de resistência interrompe a curva de saturação,
porquanto, acima dessa zona, a força eletromotriz gerada é menor do
que aquela necessária para sustentar o valor da corrente excitadora.
3. FRUSTRAÇÃO DA CORRENTE ELÉTRICA. — Sempre que a corrente de um gerador não se alteie, a frustração é devida a causas diversas, das quais salientamos as mais importantes:
1) Ausência de magnetismo residual em se tratando de aparelhos novos ou fora de serviço por longo tempo.
2) Ligações invertidas no circuito do campo de vez que, se precisamos do magnetismo de resíduo para que se produza ação adicional no circuito magnético, é indispensável que o campo “shunt” esteja em ligação com a armadura, de maneira que a corrente excitadora engendre a força eletromotriz que se adicione ao campo residual.
3) Resistência excessiva do circuito do campo, que poderá advir de ligações inconvenientes ou de influência perniciosa dos detritos acumulados na máquina.
4. GERADOR
DO CÉREBRO. — Com alguma analogia, encontramos no cérebro um
gerador autoexcitado, acrescido em sua contextura íntima de avançados
implementos para a geração, excitação, transformação, indução, condução,
exteriorização, captação, assimilação e desassimilação da energia mental,
2 qual se um gerador
comum desempenhasse, não apenas a função de criar força eletromotriz
e consequentes potenciais magnéticos para fornecê-los em certa direção,
mas também todo o acervo de recursos dos modernos emissores e receptores
de radiotelefonia e televisão acrescidos de valores ainda ignorados
na Terra.
3 Erguendo-se sobre os vários
departamentos do corpo, a funcionarem por motores de sustentação, o
cérebro, com as células especiais que lhe são próprias, detém verdadeiras
usinas microscópicas, das quais as pequenas partículas de germânio,
na construção do transistor, nos conjuntos radiofônicos miniaturizados,
podem oferecer imperfeita expressão.
4 É aí, nesse microcosmo
prodigioso, que a matéria mental, ao impulso do Espírito, é manipulada
e expressa, em movimento constante, produzindo correntes que se exteriorizam,
no espaço e no tempo, 5
conservando mais amplo poder na aura da personalidade em que se exprime,
através de ação e reação permanentes, 6
como acontece no gerador comum, em que o fluxo energético atinge valor
máximo, segundo a resistência integral do campo, diminuindo de intensidade
na curva de saturação.
7 Nas reentrâncias
de semelhante cabine, de cuja intimidade a criatura expede as ordens
e decisões com que traça o próprio destino, 8
temos, no córtex, os centros da visão, da audição, do tato, do olfato,
do gosto, da palavra falada e escrita, da memória e de múltiplos automatismos,
9 em conexão com os
mecanismos da mente, configurando os poderes da memória profunda, do
discernimento, da análise, da reflexão, do entendimento e dos multiformes
valores morais de que o ser se enriquece no trabalho da própria sublimação.
10 Nessas províncias-fulcros
da individualidade, circulam as correntes mentais constituídas à base
dos átomos de matéria da mesma grandeza, 11
qual ocorre na matéria física, em que as correntes elétricas resultam
dos átomos físicos excitados, formando, em sua passagem, o consequente
resíduo magnético, 12
pelo que depreendemos, sem dificuldade, a existência do eletromagnetismo
tanto nos sistemas interatômicos da matéria física, como naqueles em
que se evidencia a matéria mental.
5. CORRENTE
DO PENSAMENTO. — Sendo o pensamento força sutil e inexaurível
do Espírito, 2 podemos
categorizá-lo, assim, à conta de corrente viva e exteriorizante, com
faculdades de autoexcitação e autoplasticização inimagináveis.
3 À feição do gerador
“shunt”, se a mente jaz desatenciosa, como que mantendo o cérebro em
circuito aberto, forma-se, no mundo intracraniano, reduzida força mentocriativa
que não determina qualquer corrente circulante no campo individual;
4 mas, se a mente está
concentrada, fazendo convergir sobre si mesma as próprias oscilações,
a força mentocriativa gerada produz uma corrente no campo da personalidade
5 que, a seu turno,
provoca a formação de energia mental de sentido análogo àquele em que
se exprime o magnetismo de resíduo, dilatando o fluxo até que a força
aludida atinja o seu valor máximo, de acordo com a resistência do campo
a que nos referimos.
6 Surpreendemos, nessa
fase, o mesmo fenômeno de elevação da voltagem no gerador elétrico,
7 porquanto, no cosmo
fisiopsicossomático, a corrente mentocriativa se alteia até o ponto
de saturação, do qual se alonga, com menor expressão de potencial, no
rumo dos objetivos a que se afeiçoe, conforme a linha do desejo.
6. NEGAÇÃO DA CORRENTE MENTAL. — Sempre que a corrente mental ou mentocriativa não possa expandir-se, tal negação se filia a causas diversas das quais, como acontece na máquina “shunt” assinalamos as mais expressivas:
1) Ausência de magnetismo residual, em se tratando de cérebros primitivos, isto é, de criaturas nos primeiros estágios do pensamento contínuo, no reino hominal, ou de pessoas por largo tempo entregues a profunda e reiterada ociosidade espiritual.
2) Circuitos mentais invertidos, em razão de monoideísmo vicioso, na maioria das vezes agravado por influências obsessivas.
3) Deficiência da aparelhagem orgânica por motivo de enfermidade ou perturbações temporárias, oriundas do relaxamento da criatura, no trato com o próprio corpo.
André Luiz