1. MEDIUNIDADE ESTUANTE. — Aplicando noções de eletricidade ao exame do circuito mediúnico, será interessante alinhar alguns leves apontamentos.
2 Na generalidade dos metais,
principalmente no cobre, na prata, no ouro e no alumínio, os elétrons
livres são facilmente destacáveis do átomo, motivo pelo qual semelhantes
elementos são chamados condutores.
3 Isso acontece em razão de
esses elétrons livres serem destacáveis ante a aposição de uma pressão
elétrica, de vez que, quando um átomo acusa a deficiência de um elétron,
ele desloca, de imediato, um elétron do átomo adjacente, estabelecendo-se,
desse modo, a corrente elétrica em certa direção, a expressar-se sempre
através do metal, permanecendo, assim, os átomos em posição de harmonia.
4 Aqui temos a imagem das
criaturas dotadas de mediunidade estuante e espontânea nas quais a sensibilidade
psíquica se deixa traspassar, naturalmente, pelas irradiações mentais
afins, reclamando educação adequada para o justo aproveitamento dos
recursos de que são portadoras.
2. CORRENTE ELÉTRICA. — Para que se faça mais clareza em nosso tema, é imperioso incluir o magnetismo, de modo mais profundo, em nossas observações de limiar.
2 Sempre que nos reportamos
ao estudo de campos magnéticos, o ímã é recordado para marco inicial
de qualquer anotação.
3 Nele encontramos
um elemento com a propriedade de atrair limalhas de ferro ou de aço
4 e que com liberdade
de girar ao redor de um eixo, assume posição definida, relativamente
ao meridiano geográfico, voltando invariavelmente a mesma extremidade
para o pólo norte do Planeta. ( † )
5 Estabelecendo algumas ideias,
com respeito ao assunto, consignaremos que a corrente elétrica é a fonte
de magnetismo até agora para nós conhecida na Terra e no Plano Espiritual.
6 Nessa mesma condição entendemos
a corrente mental, também corrente de natureza elétrica, embora menos
ponderável na Esfera física.
7 Em torno, pois, da corrente
elétrica, através desse ou daquele condutor, surgem efeitos magnéticos
de intensidade correspondente, e sempre que nos proponhamos à produção
de tais efeitos é necessário recorrer ao apoio da corrente referida.
8 Sabemos, no entanto, que
a eletricidade vibra em todos os escaninhos do infinitamente pequeno.
9 Em cálculo aproximado, não
ignoramos que um elétron transporta consigo uma carga elétrica de 1,6 x 10-19
coulomb.
10 Além do movimento
de translação ou de saltos, em derredor do núcleo, os elétrons caracterizam-se
igualmente por determinado movimento de rotação sobre o seu próprio
eixo, se podemos referir-nos desse modo às partículas que os exprimem,
produzindo os efeitos conhecidos por “spins”. ( † )
3. “SPINS”
E “DOMÍNIOS”. — Geralmente, nas camadas do sistema atômico, os
chamados “spins” ou diminutos vórtices magnéticos, revelando natureza
positiva ou negativa, se compensam uns aos outros, 2
mas não em determinados elementos, como seja o átomo de ferro, no qual
existem quatro “spins” ou efeitos magnéticos desajustados nas camadas
periféricas, provocando as avançadas peculiaridades magnéticas que se
exteriorizam dele, porquanto, reunido a outros átomos da mesma substância,
faz que se conjuguem, ocasionando a formação espontânea de ímãs microscópicos
ou, mais propriamente, “domínios”.
3 Esses domínios se expressam
de maneira irregular ou desordenada, guardando, contudo, a tendência
de se alinharem, como, por exemplo, no mesmo átomo de ferro a que nos
reportamos.
4 Inclinam-se a espontâneo
ajustamentos de conformidade com um dos três eixos do cristal desse
elemento, mas sofrem obstrução oferecida pelas energias interatômicas,
a funcionarem como recursos de atrito contra a mudança provável da condição
magnética que lhes é característica. 5
Todavia se a intensidade magnética do campo for aumentada, alcançando
determinado teor, com capacidade de garantir a orientação de cada “domínio”,
cada “domínio” atingido entra imediatamente no alinhamento magnético
e, à medida que se dilate o campo, todos os “domínios” se padronizam
pela mesma orientação, tornando-se, dessa forma, o fluxo magnético gradativamente
maior.
6 Tão logo a totalidade
dos “domínios” assume direção idêntica, afirma-se que o corpo
ou material está saturado ou, mais exatamente, que já se encontram
ocupadas todas as valências ( † )
dos sistemas atômicos de que esse corpo ou material se
compõe.
4. CAMPO MAGNÉTICO ESSENCIAL. — Da associação dos chamados “domínios”, surgem as linhas de força a entretecerem o campo magnético essencial ou, mais propriamente, o espaço em torno de um pólo magnético.
2 Esse campo é suscetível
de ser perfeitamente explorado por uma agulha magnética.
3 Sabemos que um pólo
magnético se caracteriza por intensidade análoga à unidade sempre que
estiver colocado à distância de 1 centímetro de um pólo idêntico, estabelecendo-se
que a força de repulsão ou da atração existente entre ambos equivale
a 1 dina. ( † )
4 É assim que o oersted
( † )
designa a intensidade do campo que funciona sobre a massa magnética
unitária com a força de 1 dina.
5 Se o campo magnético
terrestre é muito reduzido, formando a sua componente horizontal 0,2
oersted e a vertical 0,5 oersted aproximadamente, 6
os campos magnéticos, nos fluxos habituais de aplicação elétrica, demonstram
elevado grau de intensidade, qual acontece no campo característico do
entreferro anular de um alto-falante, que medeia aproximadamente, de
7.000 a 14.000 oersteds.
7 Fácil reconhecer que, em
todos os elementos atômicos nos quais os efeitos magnéticos ou “spins”
se revelam compensados, os “domínios” ou ímãs microscópicos se equilibram
na constituição interatômica, com índices de harmonia ou saturação adequados,
pelos quais o campo magnético se mostra regular, o que não acontece
nos elementos em que os “spins” da camada periférica se evidenciam descompensados
ou naqueles que estejam sob regime de excitação.
8 Possuímos, na Terra,
as chamadas substâncias magnéticas naturais e ainda aquelas que podem
adquirir semelhantes qualidades artificialmente, como sejam mais destacadamente
o ferro o aço, o cobalto o níquel e as ligas que lhes dizem respeito,
9 merecendo especial
menção o ferro doce, que mantém a imanização apenas no curso de tempo
em que se acha submetido à ação magnetizante, 10
e o aço temperado que se demora imanizado por mais tempo, depois de
cessada a ação referida, em vista de reter a imanização remanente.
5. FERROMAGNETISMO E MEDIUNIDADE. — Após ligeiros apontamentos sobre circuitos elétricos
e efeitos magnéticos, surpreendemos no ferromagnetismo um ponto expressivo
para o estudo da mediunidade. 2
Perceberemos nas mentes ajustadas aos imperativos da experiência humana,
mesmo naquelas de sensibilidade mediúnica normal, criaturas em que os
“spins” ou efeitos magnéticos da atividade espiritual se evidenciam
necessariamente harmonizados, presidindo a formação dos “domínios” ou
ímãs diminutos do mundo íntimo em processo de integração, através do
qual o campo magnético se mostra entrosado às emoções comuns, 3
ao passo que, nas organizações mentais em que os “spins” ou efeitos
magnéticos do pensamento apareçam descontrabalançados, as propriedades
magnéticas patenteiam teor avançado, tanto maior quanto mais vasta a
descompensação, plasmando condições mediúnicas variáveis por exigirem
o auxílio de correntes de força que lhes ofereçam o necessário equilíbrio,
4 o que ocorre tanto
com as grandes almas que aceitam ministérios de abnegação e renúncia
em Planos inferiores, aí permanecendo em posição de desnível, como também
com as almas menos enobrecidas, embora em outro sentido, segregadas
em aflitivo desajuste nas reencarnações reparadoras por se haverem onerado
perante a Lei.
5 Vemos, pois, que
as mentes integralmente afinadas com a Esfera física possuem campo magnético
reduzido, 6 ao passo
que aquelas situadas em condições anômalas guardam consigo campo magnético
mais vasto, com possibilidades de ampliação, seja nas atividades que
se relacionam com o exercício do bem ou naquelas que se reportam à prática
do mal.
6. “DESCOMPENSAÇÃO
VIBRATÓRIA”. — Sem obstáculo, reconhecemos que a mediunidade
ou capacidade de sintonia está em todas as criaturas, porque todas as
criaturas são dotadas de campo magnético particular, 2
campo esse, porém, que é sempre mais pronunciado naquelas que estejam
temporariamente em regime de “descompensação vibratória”, 3
seja de teor purgativo ou de elevada situação, a transparecer no trabalho
expiatório da alma que se rendeu à delinquência ou na ação missionária
dos Espíritos de eleição que se entregam à bem-aventurança do sacrifício
por amor, em estágios curtos ou longos na reencarnação terrestre, com
o objetivo de trazerem das Esferas Superiores mais alta contribuição
de progresso ao pensamento da Humanidade.
André Luiz