1. CONCEITO DE CIRCUITO ELÉTRICO. — Indica o conceito de circuito elétrico a extensão do condutor em que se movimenta uma corrente elétrica, sempre que se sustente uma diferença de potencial em seus extremos.
2 O circuito encerra um condutor
de ida e outro de volta da corrente, abrangendo o gerador e os aparelhos
de utilização, a englobarem os serviços de geração, transmissão, transformação
e distribuição da energia.
3 Para a execução de semelhantes
atividades, as máquinas respectivas guardam consigo recursos especiais,
em circuitos elementares, como sejam os de geração e manobra, proteção
e medida.
2. CONCEITO DE CIRCUITO MEDIÚNICO. — Aplica-se o conceito de circuito mediúnico à extensão do campo de integração magnética em que circula uma corrente mental, sempre que se mantenha a sintonia psíquica entre os seus extremos ou, mais propriamente, o emissor e o receptor.
2 O circuito mediúnico,
dessa maneira, expressa uma “vontade-apelo” e uma “vontade-resposta”,
respectivamente, no trajeto ida e volta, definindo o comando da entidade
comunicante e a concordância do médium, 3
fenômeno esse exatamente aplicável tanto à Esfera dos Espíritos desencarnados
quanto à dos Espíritos encarnados, porquanto exprime conjugação natural
ou provocada nos domínios da inteligência, totalizando os serviços de
associação, assimilação, transformação e transmissão da energia mental.
4 Para a realização dessas
atividades, o emissor e o receptor guardam consigo possibilidades particulares
nos recursos do cérebro, em cuja intimidade se processam circuitos elementares
do campo nervoso, atendendo a trabalhos espontâneos do Espírito, como
sejam, ideação, seleção, autocrítica e expressão.
3. CIRCUITO ABERTO E CIRCUITO FECHADO. — A corrente, em sentido convencional, no circuito elétrico, é expedida do pólo positivo do gerador, circula nos aparelhos de utilização e volta ao gerador, alcançando-lhe o pólo negativo, do qual passa, por intermédio do campo interno do gerador, ao pólo positivo, prosseguindo em seu curso.
2 Entretanto, para que a corrente
se mantenha, é imprescindível que o interruptor de manobra se demore
ligado ou, mais claramente, que o circuito esteja fechado, de vez que
em regime de circuito aberto a corrente não circula.
3 A corrente mental no circuito
mediúnico equilibra-se igualmente entre a entidade comunicante e o médium,
mas, para que se lhe alimente o fluxo energético em circulação é indispensável
que o pensamento constante de aceitação ou adesão do médium se
mostre em equilíbrio ou, mais exatamente, é preciso que o circuito mediúnico
permaneça fechado, porque em regime de circuito aberto ou desatenção
a corrente de associação mental não se articula.
4. RESISTÊNCIA. — Todo circuito elétrico se evidencia por peculiaridades distintas, chamadas “constantes” ou “parâmetros”, a saber resistência, indutância e capacitância.
2 Resistência é a propriedade
que assinala o gasto de energia elétrica no circuito, como provisão
de calor, correspondendo à despesa de atrito em mecânica.
3 Igualmente no circuito mediúnico,
a resistência significa a dissipação de energia mental, destinada a
sustentação de base entre o Espírito comunicante e o médium.
5. INDUTÂNCIA
— No circuito elétrico, indutância é a peculiaridade através da qual
a energia é acumulada no campo magnético provocado pela corrente, impedindo-lhe
a alteração, seja por aumento ou por diminuição. 2
Em vista da indutância, quando a corrente varia aparece na intimidade
do circuito determinado acréscimo de força, opondo-se à mudança, o que
faz dessa propriedade uma característica semelhante ao resultado da
inércia em mecânica. 3
Se o circuito elétrico em ação sofre abrupta solução de continuidade,
o efeito em estudo produz uma descarga elétrica, cujas consequências
variam com a intensidade da corrente de vez que o circuito, encerrando
bobinas e motores, caracteriza-se por natureza profundamente indutiva,
implementos esses que não devem ser interrompidos de chofre e cujos
movimentos devem ser reduzidos devagar, único modo de frustrar o aparecimento
de correntes extras, suscetíveis de determinar fechamentos ou rupturas
desastrosas para os aparelhos de utilização.
4 Também no circuito
mediúnico verifica-se a mesma propriedade, ante a energia mento-eletromagnética
armazenada no campo da associação mental, entre a entidade comunicante
e o médium, provocada pelo equilíbrio entre ambos, obstando possíveis
variações. 5 Em virtude
de semelhante princípio, se aparece alguma alteração na corrente mental,
surge nas profundezas da conjugação mediúnica certo aumento de força,
impedindo a variação. 6
Se a violência interfere criando mudanças bruscas, a indutância no Plano
mental determina uma descarga magnética, cujos efeitos se hierarquizam,
conforme a intensidade da integração em andamento, 7
porquanto o circuito mediúnico, envolvendo implementos fisiopsicossomáticos
e tecidos celulares complexos no Plano físico e no Plano espiritual,
mostra-se fortemente indutivo e não deve ser submetido a interrupções
intempestivas, 8 sendo
necessário atenuar-se-lhe a intensidade, quando se lhe trace a terminação,
para que se impossibilite a formação de extracorrentes magnéticas, capazes
de operar desajustes e perturbações físicas, perispiríticas e emocionais,
de resultados imprevisíveis para o médium, quanto para a entidade em
processo de comunicação.
6. CAPACITÂNCIA. — No circuito elétrico, capacitância é a peculiaridade mediante a qual se permite a acumulação da energia no campo elétrico, energia essa que acompanha a presença da voltagem, revelando semelhança ao efeito da elasticidade em mecânica.
2 Os aparatos que guardam
energia no campo eletrostático do circuito são chamados capacitores
ou condensadores.
3 Um capacitor, por exemplo,
acumula energia elétrica, durante a carga, restituindo-a ao circuito,
por ocasião da descarga.
4 Em identidade de circunstâncias,
no circuito mediúnico, capacitância exprime a propriedade pela qual
se verifica o armazenamento de recursos espirituais no circuito, recursos
esses que correspondem à sintonia psíquica.
5 Os elementos suscetíveis
de condensar essas possibilidades, no campo magnético da conjunção mediúnica,
expressam-se na capacidade conceptual e interpretativa na região mental
do médium, que acumulará os valores recebidos da entidade que o comanda,
devolvendo-a com a possível fidelidade ao serviço do circuito mediúnico
na ação do intercâmbio.
6 Essas analogias são valiosas,
compreendendo-se, então, por que motivo, nas tarefas mediúnicas, organizadas
para fins nobres, é sempre necessário a formação de um circuito em que
cada médium permanece subordinado ao tradicional “Espírito-guia” ou
determinado orientador da Espiritualidade.
André Luiz