1No estudo da caridade, não olvides a esmola maior que o dinheiro não consegue realizar.
2 Ela é o próprio coração a derramar-se, irradiando o amor por sol envolvente da vida.
3 No lar, ela surge no sacrifício silencioso da mulher que sabe exercer o perdão sem alarde para com as faltas do companheiro 4 na renúncia materna do coração que se oculta, aprendendo a morrer cada dia, para que a paz e a segurança imperem no santuário doméstico; 5 no homem reto que desculpa as defecções da esposa enganada sem cobrar-lhe tributos de aflição; 6 nos filhos laboriosos e afáveis que procuram retribuir em ternura incessante para com os pais sofredores as dívidas do berço que todo ouro da Terra não conseguiria jamais resgatar.
7 No ambiente profissional é o esquecimento espontâneo das ofensas entre os que dirigem e os que obedecem, tanto quanto o concurso desinteressado e fraterno dos companheiros que sabem sorrir nas horas graves, ofertando cooperação e bondade para que o estímulo ao bem seja o clima de quantos lhes comungam a experiência.
8 No campo social é a desistência da pergunta maliciosa; a abstenção dos pensamentos indignos; o respeito sincero e constante; a frase amiga e generosa; e o gesto de compreensão que se exprime sem paga.
9 Na via pública é a gentileza que ninguém pede; a simplicidade que não magoa; a saudação de simpatia ainda mesmo inarticulada e a colaboração imprevista que o necessitado espera de nós muita vez sem coragem de endereçar-nos qualquer apelo.
10 Acima de tudo, lembra-te da esmola maior de todas, da esmola santa que pacifica o ambiente em que o Senhor nos situa, que nos honra os familiares e enriquece de bênçãos o ânimo dos amigos, a esmola de nosso dever cumprido, porquanto, no dia em que todos nos consagrarmos ao fiel desempenho das próprias obrigações o anjo da caridade não precisará desfalecer de angústia nos cárceres das provações terrenas, de vez que a fraternidade estará reinando conosco na exaltação da perfeita alegria.
Emmanuel
(Centro Espírita Luiz Gonzaga — Pedro Leopoldo, MG. 09.09.1957)
[1] Essa mensagem foi liberada para publicação em 1972 e publicada efetivamente em 1979 pela FEB e é a 30ª lição do
livro “Ceifa de luz.” — Esse capítulo foi restaurado: Texto do livro impresso.