1 Indagas, muita vez, ao mundo em derredor,
Que fazer por mais luz, ante a Vida Maior,
Pensando no esplendor do Eterno Lar…
E a repeti-la sempre, eis que a vida te diz
Uma palavra só para seres feliz:
— Perdoar, perdoar…
2 Para que o homem viva em altos cimos,
Na cúpula dos bens que usufruímos,
Desenvolvendo o dom de pesquisar,
Perdão, em si, é a própria lei da vida,
Tudo te roga, em torno, alma querida:
— Perdoar, perdoar…
3 O chão perdoa a lâmina violenta,
A fim de produzir o pão que te alimenta
Na lavoura a brilhar…
Na madeira de casa, algum machado bronco
Escutou na floresta o grito de algum tronco:
— Perdoar, perdoar…
4 O grão que móis para formar um bolo,
A lenha que te aquece e te oferta consolo
No lume a crepitar:
Do topo da montanha ao poço mais profundo,
Tudo te ensina sempre, a repetir no mundo:
— Perdoar, perdoar…
5 Desse modo, igualmente, alma querida e bela,
Da existência nobre à vida mais singela,
Quase ninguém caminha sem errar…
Ofensas e agressões? É preciso esquecê-las.
Por mais luz pede o Céu, acendendo as estrelas:
— Perdoar, perdoar…
Maria Dolores
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