Foi uma sexta-feira que despontou linda, cheia de luz. Virgílio de Paula ofereceu um almoço ao bondoso Chico. Sol no zênite e chegávamos nós ao 56, onde nos esperava, na mesa da fraternidade, a refeição que a Sra. Zizinha preparara carinhosamente.
Está em moda agora o álbum, novamente, supomos. E, acrescentamos, entre colegiais. As meninas, sobretudo, andam a colecionar poesias e pensamentos, e pedem a seus familiares, seus colegas e amigos íntimos que deixem no álbum algum soneto célebre ou algumas palavras para mais tarde servirem de suave recordação. E assim o álbum corre de mão em mão, e dentro de algum tempo é uma delicada antologia, onde flores da amizade fraterna também se encontram. Ermelinda de Paula Peixoto é neta de Virgílio de Paula e aderiu também às alegrias do álbum, sempre mais agradável que as do ioiô e as do bilboquê. Anda enchendo o seu caderno de sonetos e poesias.
E após o almoço, no velho solar de vovô Virgílio, Ermelinda pede ao médium Xavier que deixe ali também o testemunho de sua passagem por Campos, transcrevendo alguns versos do “Parnaso de além-túmulo”.
Chico senta-se à mesa, na sala próxima, e recebe o seguinte, escrito no álbum da jovem liceísta:
APELO À ERMELINDA
Ermelinda, a nossa Escola
É um templo de amor e luz!…
Eleva-te, vence o mundo!
Vai trabalhar com Jesus!
Casimiro Cunha
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E o nosso Chico, delicadamente, entrega a Ermelinda o álbum. Ela vai lendo… mas antes de terminar a leitura cai em pranto convulsivo. Chora. Chora muito. Compreendera o apelo! Ela havia deixado a Escola Jesus Cristo havia cerca de um ano. E o poeta evangelista, pela mediunidade de Chico Xavier, trouxera-lhe um pedido profundamente emocionante. Foram, no entanto, lágrimas de compreensão que trouxeram, logo após, uma alegria nova: a de voltar ao redil do divino Pastor. E voltou de fato. Matriculou-se novamente na Escola Jesus Cristo e o seu exemplo valeu, porque algumas outras ovelhinhas retornaram também ao aprisco. Deus as conserve em Sua luz!
A CAMINHO DE GUARULHOS
À tarde, fomos ao caldo verde oferecido pela família Bonifácio de Carvalho e esplendidamente preparado pelas senhoras Mariquinhas e Candinha. Após o ágape fraterno, onde a alegria também foi um prato, vão todos à Escola Jesus Cristo e de lá o exército sem armas se dirige a Guarus para a reunião na Escola Allan Kardec, filial da Escola Jesus Cristo. Após a pregação evangélica da noite, sobre a parábola das dez virgens, feita pela irmã Isolina Rocha, dirigente da Escola Allan Kardec, o médium Xavier recebeu duas mensagens: uma de Casimiro Cunha e outra de Quininha, que é como se chamava na intimidade familiar a mãe do nosso irmão Virgílio de Paula, a Sra. Joaquina A. da Silva.
Clóvis Tavares
Essa mensagem foi também publicada pelo IDE, e e faz parte da 18ª lição do
livro “Presença de Chico Xavier”