1 O amigo de Jesus é o caminheiro da verdade.
2 O Evangelho é o seu roteiro, a fidelidade é a sua força, o amor a sua razão de viver. 3 Os que se desligam das emoções penosas do mundo, em Jesus Cristo, experimentam em seus espíritos a luz intensa e eterna de uma alvorada nova. 4 E as ilusões da vida terrestre são igualmente emoções penosas e tristes para as almas, em sua visão verdadeira da vida real.
5 O amigo do Mestre é aquele que se tornou o devotado companheiro de seus irmãos; é o que se fez um com o Cristo, como Jesus se fez um com o Pai. 6 Não há condição mais bela, nem mais feliz, que a do homem que, embora em luta purificadora na Terra, se entregou ao coração d’Aquele que é a claridade abençoada dos séculos terrestres. 7 O amigo de Jesus sabe receber sua boa dádiva em todas as características do seu caminho de esforço e de redenção. Para ele a flor tem uma linguagem, com o raio de sol que lhe traz a vida. 8 Sua estrada está cheia de sugestões sublimes e carinhosas. Sabe vencer o sucesso e o infortúnio, compreendendo que só a Jesus cabe a vitória final e a glória inteira do bem. 9 Seus passos desenvolvem-se na senda da renúncia perfeita, pela tranquilidade de seus irmãos. 10 Suas lágrimas secam os prantos alheios, suas dores aliviam as outras dores. 11 Suas demonstrações não são ruidosas e a renúncia é o seu modo de agir para que se anulem todos os conflitos da violência e todos os antagonismos do mal.
12 Os verdadeiros cristãos, recebendo as dádivas generosas do céu, em seus espíritos, através das luzes da Nova Revelação, necessitam entender esse apelo profundo do Evangelho. 13 A amizade de Jesus, no culto interno do coração, deveria representar o programa de cada dia, o dever primordial para todas as expressões de existência e de obrigações. 14 É que essa união com o Cristo é o escopo de todas as atividades do homem no planeta. 15 O canto da ambição e do egoísmo fez com que o mundo adormecesse sobre as falsas ideias de redenção. A própria família cristã, em suas primeiras manifestações de fé, não conseguiu ainda entender e aplicar esse ideal de integração e de amizade que o Mestre pede aos seus discípulos. A discórdia lavrou em suas fileiras o incêndio das grandes dimensões.
16 Há irmãos que se repelem uns aos outros, sem compreender que sem esse testemunho de amor ao companheiro do mundo, muito menos poderemos testemunhar amizade e dedicação a Jesus Cristo.
17 Nossas almas, através de vidas numerosas e de difíceis experiências estão exaustas dos enganos que operam o nosso estacionamento a caminho dos triunfos do espírito. 18 Recordemos quanto nos pede o mundo pela fidelidade às suas ilusões. Vejamos o quadro onde havemos repousado, distantes da situação de amigos de Jesus. 19 Quando damos curso à mentira, temos de cair nos seus laços; quando violamos o bem alheio pagamos, na consciência, um preço terrível e doloroso. 20 Quando erramos, somos compelidos, às vezes, a angustiosas retificações. 21 Se desperdiçamos o tempo, temos de reconstruir com asfixiante amargura. 22 Esses são os preços da Terra para os nossos desvios da amizade a Jesus.
23 Se o mundo exige tanto, reconheçamos agora que o Mestre quer apenas de nós o coração bondoso e unido a Ele, através de nossa integração com todas as criaturas.
24 Nesta noite, amigos, tomemos por tema essa grande meditação.
25 Como amigos inconscientes do mundo e esquecidos do Evangelho, nossas dívidas serão amargosas, sem qualquer perspectiva de paz para a alma exausta no caminho da experiência, e como amigos de Jesus, seremos os amigos conscientes e fraternos do mundo, sem débitos escabrosos e sempre prontos ao bom trabalho com o Mestre, dentro das radiosas perspectivas de sua paz e de seu amor.
26 Esta é a minha humilde lembrança, não somente para vós os que mourejam no caminho das lutas materiais, mas também para nós os que trabalhamos, fora dos liames da carne, na execução das tarefas santificantes do espírito.
27 Sejamos, pois, em todos os instantes de nossas atividades, os amigos sinceros e reais de Jesus.
Des Touches
Essa mensagem foi também publicada pelo IDE, e faz parte da 9ª lição do
livro “Presença de Chico Xavier”