1 “Antes o fúnebre abismo, o húmus e os vermes,
Que rever-me em fatídicos destroços,
No arcabouço simétrico dos ossos,
Espolinhando-se entre as epidermes.
2 “Antes as podridões, atrás e inermes,
Ser cadáver horrífero nos fossos,
Do corvo exposto aos pretos bicos grossos,
Que jungir-me a enauseantes blastodermes…”
3 Assim clamou a Alma, em ânsias pungitivas,
No limiar do abismo ensôfrego e hiante
Da carne “onív’ra”, imunda e material;
4 Mas no impulso de forças decisivas,
Imergiu-se o corpo degradante,
Na atração do Mistério Universal.
Augusto dos Anjos
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