1 Nós não somos os mortos condenados
Aos sepulcros de treva e cinzas frias,
Tristes evocações das agonias,
Sob os dobres dos sinos de finados…
2 Não estamos nas lápides sombrias
Dos cemitérios ermos e isolados,
Somos somente amigos apartados
Pelo… espaço das horas fugidias.
3 Crede que a luta é a nossa eterna herança,
Com a qual marchamos plenos da esperança
Que une os mundos e os seres nos seus laços.
4 Depois da morte, a luz de um novo dia
Resplende, transbordante de Harmonia
Pela serenidade dos espaços.
Antero de Quental
|