O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão
Doutrina espírita - 2ª parte.

Índice |  Princípio  | Continuar

Livro da Esperança — Emmanuel


22

Amenidade

“Bem-aventurados os mansos porque eles herdarão a Terra.” — JESUS — Mateus, 5.4n


“A benevolência para com os seus semelhantes, fruto do amor ao próximo, produz a afabilidade e a doçura, que lhe são as formas de manifestar-se.” — Cap. IX, 6.


1 Surgem, sim, as ocasiões em que todas as forças da alma se fazem tensas, semelhando cargas de explosivos, prestes a serem detonadas pelo gatilho da boca… Momentos de reação, diante do mal, em que a fagulha da mágoa assoma do íntimo, aviventada pelo sopro do desespero…

2 Entretanto, mesmo que a indignação se te afigure justificada, reflete para falar.
A palavra não foi criada para converter-se em raio da morte.


*


3 Imagina-te no lugar do interlocutor.
Se houve deficiência no concurso de outrem, recorda os acontecimentos em que o erro impensado te marcou a presença; se algum companheiro falhou, involuntariamente, na obrigação, pensa nas horas difíceis, em que não pudeste guardar fidelidade ao dever.

4 Em qualquer obstáculo, pondera que a cólera é bomba de rastilho curto, comprometendo a estabilidade e a elevação da vida onde estoura.


*


5 Indiscutivelmente, o verbo foi estabelecido para que nos utilizemos dele. O silêncio é o guardião da serenidade, todavia, nem sempre consegue tomar-lhe as funções. Isso, porém, não nos induz a transfigurar a cabeça num vulcão em movimento, arremessando lavas de azedume e inquietação.

6 Conquanto se nos imponha dias de franqueza e esclarecimento, é possível equacionar, harmoniosamente, os mais intrincados problemas sem adicionar o fogo da violência às parcelas da lógica.


*


7 Dominemo-nos para que possamos controlar circunstâncias, chefiemos as nossas emoções, alinhando-as na estrada do equilíbrio e do discernimento, de modo a que nossa frase não resvale na intemperança.

8 Guardar o silêncio, quando preciso, mas falar sempre que necessário, a desfazer enganos e a limpar raciocínios, entendendo, porém, que Jesus não nos confiou a verdade para transformá-la numa pedra sobre o crânio alheio e sim num clarão que oriente aos outros e alumie a nós.


Emmanuel



[1] No livro impresso: “Mateus 5.5”, que corresponde ao texto citado na tradução de João Ferreira A. d’Almeida.


Texto extraído da 1ª edição desse livro.

Abrir