“Deixai vir a mim os pequeninos…” — JESUS — Marcos, 10.14.
“O Espírito, pois, enverga, temporariamente, a túnica da inocência e, assim, Jesus está com a verdade, quando, sem embargo da anterioridade da alma, toma a criança por símbolo da pureza e da simplicidade.” — Cap. VIII, 4.
1 Com excelentes razões, mobilizas os talentos da palavra, a cada instante, permutando impressões com os outros.
2 Selecionas os melhores conceitos para os ouvidos de assembleias atentas.
3 Aconselhas o bem, plasmando terminologia adequada para a exaltação da virtude.
4 Estudas filologia e gramática, no culto à linguagem nobre.
5 Encontras a frase exata, no momento certo, em que externas determinado ponto de vista.
6 Sabes manejar o apontamento edificante, em família.
7 Lecionas disciplinas diversas.
8 Debates problemas sociais.
9 Analisas os sucessos diários.
10 Questionas serviços públicos.
11 Indiscutivelmente, o verbo é luz da vida, de que o próprio Jesus se valeu para legar-nos o Evangelho Renovador.
12 Entretanto, nesta nota simples, vimos rogar-te apoio e consolação para aqueles companheiros a quem a nossa destreza vocabular não consegue servir em sentido direto.
Comparecem, às centenas, aqui e ali…
13 Jazem famintos e não comentam a carência de pão.
14 Amargam dolorosa nudez e não reclamam contra o frio.
15 Experimentam agoniadas depressões morais, sem pedirem qualquer reconforto à ideia religiosa.
16 Sofrem prolongados suplícios orgânicos, incapazes de recorrer voluntariamente ao amparo da medicina.
17 Pensa neles e, de coração enternecido, quanto puderes, oferece-lhes algo de teu amor, através da peça de roupa ou da xícara de leite, da poção medicamentosa ou do minuto de atenção e carinho, porque esses companheiros mudos e expectantes que nos rodeiam são as criancinhas necessitadas e padecentes que não podem falar.
Emmanuel
(Reformador, março de 1963, p. 58)