1 Os títulos que exornam a personalidade terrestre decorrem de concessões do Senhor, sem que lhes possamos menoscabar a respeitabilidade inconteste.
2 Não fosse a hierarquia natural que lhes preside os valores a governança dos povos não teria ultrapassado a barbárie; a ciência não se erigiria em tutora da civilização; o trabalho não poderia dignificar-se nos quadros do mérito e a universidade não surgiria entre as nações, orientando-lhes o passo, na direção da Vida Maior, tanto quanto a justiça terrena, ainda que incompleta ou fragmentária, não asseguraria o socorro da ordem nos caminhos do mundo, que não passaria, então, de pousada inóspita de selvageria no caos.
3 Todos os títulos que enobrecem o homem e a coletividade são oportunidades de serviço que devemos honrar na faixa de ação a que fomos chamados para aprender e servir.
4 Não é, pois, a fortuna que deslustra o seu detentor, mas sim a desmedida ambição com que as mãos cobiçosas se apropriam do ouro.
5 Não é o poder público que desfigura aquele que o mantém, muitas vezes, com sacrifício. É a crueldade, com que, em certos casos, vem a ser exercido pela inteligência insensata que o maneja à distância da verdadeira equidade.
6 Recordemos que em todas as circunstâncias da vida, constituam-se elas de abastança ou de carência, de comando ou subalternidade, compete-nos a obrigação de usar os empréstimos do Senhor com respeitosa humildade, empregando-os no bem de todos que é o bem de nós mesmos, enobrecendo o caminho humano e iluminando-o onde estivermos, na certeza de que o título é matrícula no trabalho da Humanidade e do próprio Deus, porquanto, no painel mais simples da senda cotidiana, recebe, o Espírito encarnado, o título de homem como degrau primário de introdução à Cidadania Celeste.
Emmanuel