1 Caridade que se expresse tão somente na cessão do supérfluo pode facilmente induzir-nos à vaidade.
2 Não é difícil dar o que retemos, no entanto, a virtude genuína pede a doação de nós mesmos, através do que temos e do que somos.
3 Em razão disso, é preciso não esquecer que a caridade é também e acima de qualquer circunstância, o sentimento que nos rege a atitude.
4 No templo doméstico, é compreensão e gentileza.
5 Em família, é cooperação desinteressada e fraterna.
6 Na profissão, é a honestidade.
7 No trabalho, n é o dever bem cumprido.
8 Na dor, é fortaleza.
9 Na alegria, é temperança.
10 Na saúde, é a presença útil.
11 Na enfermidade, é a paciência.
12 Na abastança, é o serviço a todos.
13 Na pobreza, é diligência.
14 Na direção, é a respeitabilidade.
15 Na obediência, é humildade digna.
16 Entre amigos, é a confiança.
17 Entre adversários, é perdão das ofensas.
18 Entre os fortes, é o socorro aos mais fracos.
19 Entre os bons, é o auxílio aos menos bons.
20 Na cultura, é o amparo à ignorância.
21 No poder, é a autoridade sem abuso.
22 Em sociedade, é o apoio fraterno que devemos uns aos outros.
23 Na vida privada, é a conduta reta ante o próprio julgamento.
24 Não vale espalhar um tesouro amoedado com as vítimas de penúria, alimentando o ódio e a incompreensão, a revolta e o pessimismo nas almas.
25 Aceitemos a experiência que o Senhor nos reserva cada dia, fazendo o melhor ao nosso alcance.
26 Seja a nossa tarefa um cântico de paz e esperança, eficiência e alegria, onde estivermos.
27 E recebendo o divino dom de pensar e entender, irradiando os mais belos ideais que nos enriquecem a vida, em forma de serviço aos semelhantes, a caridade será, em nossos corações, a luz constante clareando, desde as sombras da Terra, os mais remotos horizontes de nosso luminoso porvir.
Emmanuel
[1] No livro impresso: “Não trabalho,”