Academia Rio-Grandense de Letras e da Academia de Letras do Rio Grande do Sul. Afirmava categoricamente a identidade dos estilos numa crônica magnífica escrita especialmente para o Correio do Povo de Porto Alegre, edição de 15 de novembro de 1941.
“Seja como for, o que é certo é que — ou as poesias em apreço são de fato dos autores citados e foram realmente transmitidas do Além ao médium que as psicografou, ou o Sr. Francisco Xavier é um poeta extraordinário, genial mesmo, capaz de produzir e imitar assombrosamente os maiores gênios, da poesia universal.
Porque ninguém que conheça a arte ética e haja lido assiduamente Antero de Quental, Antônio Nobre, Guerra Junqueiro, João de Deus, Olavo Bilac, Augusto de Lima, Augusto dos Anjos, Cruz e Souza, Castro Alves, Casimiro de Abreu e os demais poetas que enchem as 398 páginas do “Parnaso de Além-Túmulo” deixará de os reconhecer integralmente nas poesias psicografadas.
Em todas elas se encontram patentes as belezas, o estilo, os arrojos, as imagens próprias, os defeitos, o “selo pessoal”, enfim, dos nomes gloriosos que as assinam e vivem imortais na história literária do Brasil e de Portugal.
Ora, eu não creio, nem ninguém também o acreditará, que haja alguém no mundo capaz de produzir os mais belos e empolgantes poemas e renegue a glória e a imortalidade, atribuindo-os “Charlatanescamente” a autoria de grandes poetas mortos, aos quais apenas serviu de médium.
De resto, este, como outros fenômenos do Espiritismo, tem sido objeto de acurados estudos por parte de cientistas e sábios notáveis, que os observaram demoradamente e os submeteram a minuciosa análise, sendo forçados a aceitá-los e reconhecê-los.
Não serei eu, portanto, quem ponha em dúvida a autenticidade do “Parnaso de Além-Túmulo “, livro este que deve ser lido por todos os intelectuais que amem a boa poesia e tenham a curiosidade de ver como alguns dos seus poetas adorados — como Guerra Junqueiro, Antero de Quental, Antônio Nobre, João de Deus, Olavo Bilac, Raimundo Correa, Augusto de Lima, Augusto dos Anjos, Cruz e Souza e outros, já falecidos — continuam a escrevê-las no outro mundo…” (Zeferino Brasil — Psicografia Ante os Tribunais)