Carlos Augusto partiu para o Plano espiritual numa radiosa tarde de setembro de 1951, mais precisamente domingo, dia 16. Tão jovem! Quinze anos e meio, cheio de vida, esperanças e projetos.
Mas, conforme nos disse posteriormente, em Campinas, ou em qualquer outro lugar que se encontrasse, seria chamado ao testemunho. Era um débito coletivo adquirido na Idade Média… Por isso tantos, na flor da idade, naquele dia foram convocados ao cinema Rink, cujo teto desabou em plena matinê. A dor e o luto atingiram inúmeros corações, amargurando-os.
Graças a Deus, já estávamos iniciada na consoladora Doutrina dos Espíritos. Suportamos estoicamente o golpe e tivemos de nos revestir de força redobrada, para sustentarmos o desespero do pai “cujo coração estava tão triste e escuro como uma noite sem estrelas” e só pensava em suicídio. Chegou a emagrecer vinte quilos em um mês. Em permanente cuidado e vigilância sobre meu marido, amparada pelo carinho e orações de nossos amigos, escoaram-se os últimos meses do ano.
Em janeiro de 1952, graças à bondade de nossa amiga D. Esmeralda Bittencourt, pudemos concretizar nosso grande desejo de conhecer pessoalmente o Chico, em Pedro Leopoldo.
Recordo-me como se fosse agora do nosso encontro. Aguardava-nos à porta do hotel e quando descíamos a escada, ouvimo-lo comentar com D. Esmeralda: mas ela é muito jovem ainda! Foi um encontro gostoso, como de velhos amigos que não se vissem há muito tempo.
À noite assistimos a reunião no Centro Luiz Gonzaga. Quando entramos Chico chamou-nos e disse-nos que um rapaz nos acompanhava, descrevendo-o tão minuciosamente, que de pronto e identificamos. Receosa, porém, de afirmá-lo, na dúvida dissemos não estar certa de quem se tratava. Ele parou um minuto se tanto e revelou-nos exatamente quem nós pensáramos: “ele diz que é o Antônio Peres.”
Esse rapaz fora casado com a sobrinha do Oswaldo, meu marido. Desencarnara em desastre de avião, que desapareceu nas serras de Petrópolis, sendo encontrado somente dois anos após. O fato de acompanhar-nos à entrada do Centro, constituiu admirável prova para nós. Na primeira mensagem de nosso filho, recebida no dia seguinte em reunião na casa de André, irmão de Chico, Carlos Augusto nos disse que “ao despertar no plano espiritual, estavam a seu lado algumas pessoas, reconhecendo entre elas de imediato, o Antônio Peres que o alertou com palavras amigas”… Surpreso, pois sabia-o morto, o Antônio revelou-lhe, a pouco e pouco, que ele também já se encontrava no outro plano da vida.
Hospitalizado, assistido por André Luis e por seu avô paterno, Dr. Simeão Lacerda, também médico, passou seus primeiros tempos de saudade ansiosa, essa “carência do coração, essa fome de presença a que chamamos saudade”…
Sua mensagem, linda, esclarecedora e confortadora, trouxe-nos um pouco de paz ao coração. Seu espírito curioso e indagador, quando ainda no plano físico, lera Nosso Lar de André Luiz e outros livros da coleção infantil. Afirmou-nos que “as leituras que levou lhe serviram de muito. Facilitaram o entendimento de sua nova situação com uma clareza que nem sabia definir”. Foram um tesouro, que não só representara.m benefícios exclusivos para sua alma, como também para as dos dois companheiros de viagem: Carlos Balthazar e Benedito que buscaram junto dele novas luzes para seus espíritos.
Pediu-nos que realizássemos um Culto de Evangelho no Lar, para que, “à sombra dessa árvore que plantaríamos juntos, enriquecêssemos nossos espíritos para a eternidade”.
Tão logo voltamos à casa, instituímos esse Culto abençoado, que teve início a 11 de fevereiro de 1952 e é realizado todas as segundas-feiras de 20:30 às 21:30 horas e que, decorridos 26 anos, vem sendo feito ininterruptamente, sem uma única falha.
Voltamos a Pedro Leopoldo em setembro do mesmo ano, para a comemoração do 1.º aniversário no Plano espiritual. Em sua mensagem, afirma-nos: “o amor venceu a morte” e mais adiante: “afinal de contas eu não morri. Estou mais vivo do que nunca e devo cumprir meus deveres para aumentar as minhas possibilidades de ajudá-los na jornada do mundo”. Sobre o culto
doméstico do Evangelho, diz-nos carinhoso: “sinto-me nele como num jardim. Abençoadas sejam as flores das preces e das conversações sadias que estamos plantando juntos”…
Nessa estada junto ao nosso querido Chico, começamos a acalentar a esperança de realizar reuniões de materialização com fotografias.
Em dezembro estávamos de volta para concretizar o maravilhoso sonho. Na noite de 3 de dezembro de 1952, numa reunião especial no Centro Luiz Gonzaga, com cerca de oitenta pessoas, confrades e amigos de Pedro Leopoldo e Belo Horizonte, realizou-se a 1ª reunião de materialização, tendo como médium de cabine Francisco Peixoto Lins. Nossa amada Scheilla orientou tecnicamente toda a parte fotográfica. A chapa foi batida por meu irmão Henrique Lomba Ferraz fotógrafo amador, com a máquina Rolleiflex diafragma 8 — velocidade 1/100. Ignorávamos qual o Espírito fotografado, de vez que ao bater a chapa, ao clarão do flash, diz meu irmão nada ter visto, além da parede branca da sala. Ao revelar, porém, o filme, em seu laboratório tivemos o deslumbramento e a emoção extraordinária de identificarmos nosso Gugu…
Sobre essa foto maravilhosa, a primeira de espírito materializado tirada em Pedro Leopoldo com a presença de Chico, assim se expressa Carlos Augusto em sua mensagem de quatro de abril de 1953: “extremamente confortado com o auxílio de nossa querida Mãezinha Scheilla, de Nina, de Aracy e do nosso Peixotinho, agradeço a Deus a ventura com que pude ofertar-lhes meu retrato”.
Não satisfeito, porém com o tesouro que nos doara, programava outra foto, desta vez conosco — papai e mamãe — sem parecer fantasma, isto é sem ectoplasma aparente, conforme nos prometeu na mensagem de 16 de setembro de 1953: “contudo, prossigo nutrindo a esperança de nosso retrato juntos… nossos amigos daqui, notadamente Scheilla, podem harmonizar as vibrações entre a objetiva e a nossa imagem e daí a minha esperança de que estaremos unidos em breve para semelhante tentativa”. Esta não se realizou, por circunstâncias alheias à vontade do plano espiritual.
Houve contudo, outras reuniões de materializações com fotos, mais precisamente três, respectivamente em 7 de abril de 1953,do espírito de Camerino, faroleiro em Macaé, Est. do Rio; em 16 de setembro de 1953, do espírito de Ana, de Campos, Est. do Rio; em 13 de dezembro de 1954, do espírito de Pinheiros — 3 fotos batidas consecutivamente para demonstrar o efeito da luz destruindo o ectoplasma e finalmente, na mesma reunião a foto de uma amiga espiritual de Chico, encerrando a série de materializações.
Nos 26 anos decorridos, desde o regresso de Carlos Augusto ao plano espiritual, visitamos nosso querido Chico todos os anos, eventualmente até duas vezes no mesmo ano e das 29 mensagens recebidas pelo seu carinho e bondade, todas constituem tesouros de afeto, dedicação e amor de nosso Gugu, num interesse permanente por nossos caminhos, nossas realizações, projetos e esperanças. Ausência presente em cada passo de nossas vidas, tem nos estimulado na perseverança acompanhando-nos nas lides de cada dia. A certeza deste amor, nos alimenta o ânimo e a coragem. “Não nos achamos juntos por acaso… embora afastado do plano físico prosseguirei com todos, dia a dia”…
A partir de 25 de janeiro de 1955 começamos a receber juntamente com as mensagens de Gugu, lindos sonetos do querido amigo espiritual Cruz e Souza, a quem estamos ligada no passado por laços de grande afeição.
Esses encontros de setembro — nossa festa do coração — no dizer de Gugu, até 1958 em Pedro Leopoldo, e de 1959 em diante em Uberaba, fora, na primeira fase, comemorados com preces, mensagens e bolo de aniversário, este por generosidade e carinho de D. Luiza, irmã de Chico, a quem devemos toda a gratidão pela delicadeza das homenagens. Tudo isso porque Carlos Augusto na mensagem do 1.º aniversário assim se expressou ao terminar: “penso que, se fôssemos fazer um bolo, teria uma vela para apagar”. Daí por diante, o bolo delicioso e belo, com data e flores, esteve sempre presente, comemorando a cada ano, mais um aniversário do seu retorno ao plano espiritual.
Os encontros de Pedro Leopoldo e de Uberaba, até 29 de novembro de 1974 terminavam no avançar da noite, em reunião íntima com outros médiuns, nas quais nossa amada Scheilla, incorporada (em Chico), materializava flores como biscuit, cruzes com dizeres, colares e mantilhas de renda finíssimas, todos esses objetos iluminados e transparentes, impregnados de substâncias curadoras, com finalidade de tratamento, razão pela qual o grupo era sempre reduzido. No final recebíamos presentes de flores, conchas e pedras transportadas de longe. Carlos Augusto perfumava, encharcando-os, os lenços de todos os presentes e falava com cada um. O encerramento, pela nossa Scheilla, era sempre uma prece linda e comovedora que nos emocionava até as lágrimas.
Tivemos provas sem conta de identificação de parentes e amigos queridos já no Plano espiritual, os quais, através da admirável mediunidade de Chico, apresentavam-se a nós, por vezes ou quase sempre, para sermos mais precisos, quando nem pensávamos neles.
Citaremos, num de nossos encontros a descrição para meu pai, da presença junto dele, de um Espírito que se dizia muito seu amigo, descrevendo pormenorizadamente, inclusive as condições trágicas de seu passamento, identificando como Pedro de Oliveira — prefeito de Carangola, Est. de Minas.
De outra feita, solicitando Oswaldo notícias de seu pai Dr. Simeão que há muito não se manifestava, Chico respondeu: acaba de chegar, em companhia do Dr. Homero Miranda Monteiro de Barros seu colega. A presença e sobretudo a citação por extenso do nome do colega de Oswaldo sensibilizou-o muitíssimo, porque este moço havia sido seu contemporâneo na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, e muito seu amigo, desencarnado pouco tempo depois de formado.
Como essas., outras sucederam-se inúmeras no decorrer de nossos encontros. Outros fatos curiosos aconteceram. Reportar-nos-emos a dois: Em sua casa em Pedro Leopoldo, numa tarde, conversávamos, quando de súbito aconteceu algo inesperado. O ar ficou fortemente impregnado de éter. Chico então nos disse: é o Dr. Simeão que vem trazendo o Espírito do Dr. João Francisco Paes Barreto, antigo Juiz de Direito de Carangola, para ser beneficiado por nossa Scheilla. Velho amigo de meu pai, que naquele momento desencarnava, sem que nós nem sequer o soubéssemos enfermo.
Numa das reuniões de preces para o Gugu, ao encerrá-la Chico levantou-se para apanhar algo em seu quarto. Ao voltar, decorrido algum tempo, estranhando nós a ausência de Cruz e Souza, perguntamos por ele. Chico respondeu-nos, assentando de imediato à mesa, pegando lápis e papel: ele acaba de chegar e vai nos transmitir um soneto. Diz que seu atraso deveu-se ao fato de termos mudado o horário da reunião. Realmente a mesma fora marcada para a noite e antecipada para a tarde. Deu-nos então o admirável soneto “Falando ao Coração.”
Noutra ocasião, levamos para Chico ver, uma foto de Gugu a última tirada para sua carteirinha de estudante — e absolutamente idêntica à da materialização. Era inverno e fazia um frio tremendo em Pedro Leopoldo. Tarde da noite, ao terminar a reunião de tratamento espiritual, à frente do porta-retrato de Carlos Augusto estavam enfileiradas quatro angélicas fresquinhas e orvalhadas “simbolizando as quatro letras da palavra AMOR” conforme disse Gugu através de Chico.
Neste convívio admirável de 26 anos, no qual pudemos desfrutar todas as riquezas de bondade e carinho do coração do Chico, nossas palavras são inexpressivas e pobres para traduzirem todo afeto e gratidão que temos por sua maravilhosa pessoa.
A seu exemplo permanente de fidelidade, no desempenho de seu mandato mediúnico, devemos este tesouro inestimável das 150 obras recebidas, que constituem o Evangelho do futuro, para toda a humanidade.
O amor com que executa suas tarefas, esse amor vivido, sofrido e exemplificado junto a quantos o procuram em aflições e dores, o credenciam como apóstolo da 3ª Revelação. A autenticidade de sua figura humana rica de sentimentos diante dos sofrimentos, seu acendrado amor à Doutrina que vem exemplificando heroicamente em seus 50 anos de mediunidade e vida pública, o tornam ímpar nesta admirável missão de amor.
Cremos ser impossível conhecê-lo e, mais ainda, privar de seu convívio e de sua amizade, sem receber forte e benéfica influência. E nós não poderíamos fugir à regra. De 1952 em diante, pelo pouco que relatamos do muito que nos foi dado fruir, presenciar e participar, nossa vida assumiu novos rumos, diante dos horizontes que se abriram ao nosso entendimento.
Jamais teremos condições de retribuir o muito que lhe devemos. Nossas preces humildes e toda a filial ternura de nosso coração, esse quase nada é tudo que fala de nossa gratidão reconhecida e sem limites.
Inayá Ferraz de Lacerda
(Rua Barão de Flamengo, 28 - Apto. 203 - Rio de Janeiro, RJ)
1 Meu querido Papai, minha querida Mamãe,
Peço-lhes me abençoem no grande caminho.
2 Correm os dias, incessantes… E o nosso coração, como um relógio de Deus, vai marcando os acontecimentos e as lutas, as alegrias e as dores, as dificuldades e recordações.
3 Um ano se foi… Na primeira hora, tudo parecia o desmoronamento completo. Quem nos visse, desolados, como nos achávamos, talvez acreditasse que a esperança não mais surgiria no solo de nossas vidas, mas a Providência Divina tudo renova para o bem e, com ela, nossas aspirações renasceram.
4 O amor venceu a morte e com a graça de Jesus pude falar e puderam escutar-me. A fé ressurgiu luminosa e sublime e continuamos juntos. Poderia haver, paizinho, outra alegria maior que essa — a de nos sentirmos unidos uns aos outros, acima da própria separação? Consulto meus desejos mais íntimos, minhas ansiedades ocultas e reconheço que não poderia conseguir, de minha parte, um tesouro maior…
5 A sua tristeza amargava-me o espírito. Sem que o senhor pudesse recordar nas horas de vigília comum, seu pensamento me procurava, aflito, na vida espiritual, enquanto o corpo descansava na bênção do sono, como se o seu carinho me houvesse voluntariamente deixado numa floresta escura… Simplesmente porque me manifestara desejoso de permanecer no Rio, seu coração afetuoso julgou que a minha internação em Campinas teria sido um erro de nossa parte. Entretanto, depressa compreendemos com o amparo do Alto que a Vontade de Deus deve imperar sobre a nossa. Tudo aconteceu Papai, obedecendo a imperativos do nosso passado espiritual.
6 Minha partida ou minha vinda não poderia ser adiada. E quando o senhor entendeu comigo a necessidade da conformação, diante dos Desígnios Superiores, uma nova paz me banhou a alma.
7 Seu filho está feliz, tanto quanto é possível sermos felizes com a saudade no coração. Por seu intermédio, mamãe querida, tenho conversado com papai e com os nossos, influenciando indiretamente em nossas palestras habituais, a fim de que o bom ânimo não se afaste de nosso ambiente. Hoje, tenho a ideia de ver-lhe a alma carinhosa e devotada com mais acerto. Sei dos seus sonhos de bondade e dos seus anseios de comunhão com a Espiritualidade Santificante…
8 Suas interrogações, mãezinha querida, e suas meditações em silêncio guardam para mim uma grande voz. Tenhamos serenidade e confiança em Deus na travessia do grande mar da existência no mundo.
9 Em torno de nossa embarcação há tantos náufragos tocados pela aflição e pela dor! Conservemos a coragem no coração. Ergamos a Jesus nossos olhos e sentimentos, d’Ele esperando a segurança para as nossas realizações. Todos estamos em processo de redenção. Pouco a pouco, penetramos o domínio da Verdade e a verdade nos ensina, calmamente, as suas lições.
10 Grandes amigos nossos me falam do pretérito que precisamos converter em felicidade vitoriosa no futuro… Assim, pois, rogo-lhe muita fé na Divina Proteção. No serviço aos nossos semelhantes, vamos descobrindo a estrada para os cimos de nossa elevação. Ainda mesmo ao preço de lágrimas e sacrifícios, avancemos para diante…
11 Há momentos em que nossos pés sangram na marcha, contudo não desanimar é a condição de nosso triunfo. Ajudemos, como sempre, a vovozinha querida em suas lutas. Tudo passa e tudo se renova…
12 Não suponha a senhora que eu não sinta a extensão dos nossos problemas espirituais. A desencarnação não nos confere a isenção da dor que aperfeiçoa e santifica sempre. Ainda agora, recebendo em minh’alma, as lágrimas amorosas e as lembranças do papai, sinto que o pranto dele me arranca a mais intenso trabalho de aprimoramento. Preciso crescer em conhecimentos novos para auxiliá-lo.
13 Afinal de contas, eu não morri. Estou mais vivo do que nunca e devo cumprir meus deveres para aumentar as minhas possibilidades de ajudá-los na jornada do mundo. A evolução é nossa. O aprendizado nos pertence. Cabe-nos estudar e servir, lutar e enriquecermo-nos de luz, tanto na terra como na vida espiritual. Jesus não nos abandona. E, nessa ardente certeza de que seremos amparados, seguirei para diante à procura de merecimento espiritual para ser-lhes mais útil.
14 Aqui se encontra em nossa companhia o vovô Simeão que sorridente nos pede coragem e valor para obtenção da vitória. Ele se rejubila com as melhoras que papai vem experimentando e promete colaborar, como sempre, em nossa felicidade. O nosso amigo Aguinaldo, além de outros companheiros que também comemoram o primeiro aniversário de vida nova, partilha nossas preces desta noite, de pensamento voltado aos que deixou inquietos e saudosos no mundo. Já fizemos, todos juntos, as nossas orações e roguei ao Senhor concedesse aos amados paizinhos e à nossa casa feliz as bênçãos do seu infinito amor.
15 Nosso Ronaldo ainda não se encontra bem reajustado para vir com bastante proveito. Ele é um herói, mas é muito difícil enfrentar as situações violentas com imediata serenidade. Acha-se muito bem assistido e tenho a impressão de que em breve tempo conseguirá reaproximar-se do ambiente familiar, sem comoções destrutivas. Esperemos a passagem dos dias, suplicando para ele o concurso dos nossos Maiores.
16 Mamãe, os assuntos são tantos que lhe peço perdão se não puder referir-me a todos. Não quero, porém, olvidar o nosso abençoado culto doméstico do Evangelho. Sinto-me nele como num jardim. Abençoadas sejam as flores das preces e das conversações sadias que estamos plantando juntos. Nossa amiga Nina tem estado sempre conosco. Espero que o nosso santuário prossiga sempre iluminado. Um dia, todos juntos, sob a árvore do amor triunfante, louvaremos nosso esforço de agora.
17 Nosso Luiz Eduardo tem aproveitado muito as vibrações renovadoras de nossas orações e comentários cristãos. Jesus nos abençoe. Agradeço, com muito carinho, a presença do tio Ernani, da tia Elza e do nosso amigo Pedro em nossa festa de corações.
18 Penso que, se fôssemos fazer hoje um bolo, teria uma vela por apagar. A vida espiritual é novo renascimento e conto com a alegria de prosseguirmos em nossas lembranças. A todos os nossos de casa, muito particularmente à vovozinha, o meu abraço cheio de júbilo e reconhecimento.
19 E reunindo-os em meu amor e em minha esperança, com um beijo de muito carinho, sou o filho que os acompanha, reconhecido e feliz.
Carlos Augusto