Após experiências amargas na juventude em sombras e com a partida de minha inesquecível progenitora para o mundo maior, encontrei a luz através do Apóstolo do Espiritismo — Léon Denis, em sua obra: No Invisível.
Nos primeiros contatos com a obra dos Espíritos, codificada pelo gênio admirável de Allan Kardec e, pela obra psicografada de Francisco Cândido Xavier, penetrei o mundo maravilhoso de André Luiz. A leitura despertou-me o imenso desejo de estar em Pedro Leopoldo.
Pelos idos de janeiro de 1952, aproveitando a época de férias, viajamos com nosso caro amigo José Bissoli, no ensejo de conhecermos Chico e o seu trabalho.
Ao chegarmos à cidade de Pedro Leopoldo, procuramos André, seu irmão que nos informou estar Chico trabalhando na fazenda Modelo. A tarde, após o almoço, Chico nos procurou no hotel onde estávamos hospedados. Ao se apresentar, foi aquele abraço comovido como se abraçássemos alguém que se ausentasse por longo tempo… voltando ao coração.
Acontecimentos extraordinários se verificaram no decorrer dos anos, no convívio com o generoso e querido amigo, que não cabem nestas rápidas linhas.
Desde os primeiros instantes de convivência, fatos, dados e detalhes inúmeros aconteceram e acontecem no mundo mediúnico do Chico, que deram livros e livros, autenticando as faculdades paranormais do amigo querido.
Chico é o grande elo após a figura valorosa de Allan Kardec, a continuar as tarefas de cristianização deste formoso planeta.
Penso, que após ele virão outros tarefeiros a consolidar as luzes do Consolador Prometido. Emmanuel por exemplo.
Nestes 26 anos de convivência com o prezado amigo Chico Xavier, nos valem por 26 anos de universidades em todos os currículos da vida. Chico sempre foi para mim, pai, mãe, irmão e amigo. Um mundo energético de amor.
Nestes cinquenta anos de mediunidade em que se comemora a presença do trabalho de Chico Xavier, auguro para que os fatos de sua mediunidade, ainda para as décadas futuras, em que, a nossa alegria esboça o desejo de trazer a público os diversos acontecimentos de que fomos testemunha, e que serão publicados em futuro breve, se a Bondade Divina nos permitir.
Com a permissão dos amigos leitores, abaixo junto a este testemunho a mensagem enviada pelo espírito de minha mãe, Maria do Rosário, na presença do nosso amigo José Bissoli e de minha irmã Cândida Alves Arnoldi.
Joaquim Alves
(Rua Dona Veridiana, 547 - Apto. 806 - São Paulo, SP)
Mensagem de Maria do Rosário
Meus filhos, Deus nos abençoe.
Nada mais reconfortante para o coração materno que a alegria de reunir no regaço os filhos queridos. Cabem vocês nos meus braços? Cabem sim. Um à direita, outro à esquerda e o meu coração repartido. Saudade! Quem saberá o que significa esta doce palavra, mais que as mães supostamente mortas?
Venho agradecer a vocês dois as lembranças carinhosas de domingo passado. Quase que estive com vocês dois, todo o dia, tamanhas foram as vibrações de ternura com que me cercaram. Deus recompense a vocês dois por todas as bênçãos com que me iluminaram a alma. Aquilo, meu querido Quim, que vocês fazem em meu nome; é como se eu mesma estivesse no amor que sabem estender com Jesus.
Filha querida, tenho ouvido suas lágrimas de dentro. Ouvir suas lágrimas sim. As mães ouvem. Eu sei que você está carregando um fardo muito pesado de angústia, desde que Maximina voltou. Às vezes, apesar dos amores que enriquecem os seus dias, você se sente só. Não pense assim. Nunca estivemos tão juntos, quanto agora. Meus filhos estão comigo como se nunca nos separássemos. Cândida, o esposo chegou em boas condições, mas ainda permanece em restauração. Convalescença natural, depois de longo tempo sob cuidados na Terra mesma. Nossa querida Maximina, porém, conquanto haja regressado para cá, há menos tempo, a meu ver está melhor do que eu mesma. Tranquila, fortalecida. Vocês perderam a presença material dela no mundo, em meu benefício. Ela se achava tão doente, sem que vocês percebessem! Tão doente, que pedimos a Nosso Senhor nos permitisse trazê-la para nós. O corpo se mantinha de pé com dificuldade, porque minha filha sabia superar os próprios impedimentos.físicos.
Creiam que a vinda, de improviso para vocês, foi uma bênção que os nossos benfeitores conseguiram em nosso auxílio. Talvez sem isso, devesse minha filhinha suportar alguns meses de sofrimento desnecessário. Compreendi, querida Candinha, que você sofreria muito com a separação rápida, mas confiamos em sua fé. Agora, nossa casa aqui vai crescendo. Temos nosso novo lar a reerguer se. Desejo a vocês vida longa na Terra, tão longa quanto nos seja possível receber do Senhor, mas espero um dia, receber vocês em meus braços.
Vocês podem avaliar a minha felicidade quando vi Maximina em meu colo. Senti-me na condição de ave que achara uma filha, há tantos anos, longe do ninho!… Oh! Senhor! quem na Terra, antes da Vida Espiritual conseguirá saber o que seja a felicidade dos que se reencontram depois da morte? Maximina já pode colocar benditas obrigações sobre os ombros e já vem auxiliando a vocês. Parece inacreditável, mas nós duas estamos plantando flores e renovando a moradia espiritual. Glória a Deus pelas alegrias que me concede. À medida que a família humana esvazia a residência terrestre, aumenta-lhe a verdadeira vida os componentes no Plano espiritual.
Quim, meu filho, muitos amigos daqui estão empenhados em auxiliá-lo para o trabalho novo. Eu, sem alcançar mais profundamente o que desejam, peço a Deus abençoe você, onde você estiver. Que tudo seja bênção e alegria, paz e felicidade onde você pise. Comigo está o nosso caro Joaquim igualmente reconfortado por saber que a nossa Maximina está bem. Abraça-os com a renovação espiritual em que se felicita.
Filhos queridos, quero prosseguir e não posso… Agradeço a Jesus os recursos com que lhes escrevo… Não tenho, até agora, tanto hábito ou tanto jeito para isso. Se eu pudesse, em vez de letras, traria flores e com as flores os beijos de ternura que lhes dou em pensamento e lembrança de todos os dias.
Minha filha, cuide de você, defenda sua saúde. Não deixe a saudade transformar-se em desejo de vir para cá. Recorde a necessidade da sua presença entre os nossos. Espere com paciência. Você e Quim são a nossa presença aí, tanto quanto somos aqui a representação de vocês. Continuemos unidos. O amor é a ponte sobre os abismos da morte, o nosso fio de ligação permanente.
Vocês falam e nós ouvimos. Respondemos e vocês ouvem. Coração a coração, pensamento a pensamento. Amor é a força que nos guia tanto de perto, quanto de longe.
Vivam aí para Jesus com todos. Quanto possam, façam o bem.
O bem é a única moeda que não sofre alteração na vida Real. Trabalhar, servir, auxiliar, abençoar… Com essas luzes a nossa viagem para o reencontro em Jesus será uma bênção. Amados filhinhos, Deus nos abençoe.
Com vocês, a alma e a vida, a saudade e a esperança da mamãe reconhecida e feliz.
Maria do Rosário