Reunião pública de 8-9-1961.
1ª Parte — Cap. V — Item 3.
1 Aprendeste a venerar os heróis do passado e suspiras igualmente pelo ensejo de exaltar a virtude.
2 Na senda cristã rememoras o tempo glorioso dos mártires, invejando-lhes o destino.
3 De outras vezes, sonhas chegar ao Plano Espiritual por sublime aparição de brandura, asserenando as almas impenitentes.
4 Em muitas ocasiões, no limiar do repouso físico, pedes admissão ao serviço dos benfeitores desencarnados, diligenciando o próprio adestramento em obras de instrução e consolo.
5 Entretanto, quase nunca te lembras de que te encontras no mundo, assim como quem vive temporariamente no purgatório.
6 Não precisas entregar a própria carne ao dente das feras, para demonstrares fé em Deus; e nem desvencilhar-te do corpo denso a fim de exerceres os misteres da caridade.
7 O Amor Infinito expressa-se, em toda a parte, e a Terra em que respiras movimenta-se a pleno céu.
8 Embora na parcela de luta que o passado te atribui ao presente, reflete no ideal de servir e surpreenderás o divino momento de auxiliar, seja onde seja.
9 Tens, na própria casa, os pais sofredores, os filhos inquietos, os irmãos menos felizes e os parentes agoniados.
10 Identificas, no trabalho, chefes irritadiços, subalternos amargos, clientela exigente e colegas-enigmas.
11 No campo social, relacionas amigos-problemas, adversários gratuitos, companheiros frágeis e observadores intransigentes.
12 E, tanto nos becos mais simples quanto nas mais largas avenidas, segues ao lado de corações que a sombra enredou na teia das grandes provas.
13 Todos, sem exceção, esperam de ti a migalha de amor e a esmola de paciência.
14 Purgatório! purgatório!… Todos nós, consciências endividadas, estamos nele.
O remédio, porém, é o caminho da cura.
15 Ajuda aos semelhantes para que os semelhantes te ajudem.
16 Aqueles que nos rodeiam são hoje os grandes necessitados. Amanhã, contudo, é possível que os grandes necessitados sejamos nós.
Emmanuel