1 Ei-lo que passa na estrada,
De roupinha esfarrapada,
Sem mãos amigas de alguém.
Pobrezinho!… é vagabundo,
Vagueia por este mundo
Sem ninguém.
2 Às vezes, tem sede e fome,
Na miséria que o consome,
De pés e bracinhos nus…
Tão tenro e de alma sombria!
Sem amor, sem alegria
E sem luz.
3 Mete pena vê-lo à solta
De cabeleira revolta,
Tal a penúria em que vai;
Sua alma geme e padece,
Não teve mãe que o quisesse
E nem pai.
4 Tenhamos piedade ao vê-lo.
Quem não pede auxílio e zelo
Num bocadito de amor?!…
Como punge, no caminho,
Tanta falta de carinho,
Tanta dor…
5 Lembremos, em nossa vida,
Que essa criança ferida,
Como nós, tem coração;
Que esse pequeno mendigo
Seja agora nosso amigo,
Nosso irmão.
João de Deus
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