O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão
Doutrina espírita - 2ª parte.

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Instruções psicofônicas — Autores diversos


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A oração curativa

A reunião da noite de 11 de novembro de 1954 trouxe-nos a confortadora visita do Espírito de Padre Eustáquio. n

Sacerdote extremamente consagrado ao bem, nosso amigo residiu, por alguns anos, em Belo Horizonte, onde, através de seu nobre coração e de sua mediunidade curadora, inúmeros sofredores encontraram alívio.

Sempre rodeado por verdadeira multidão de infelizes, Padre Eustáquio foi o apóstolo das curas, das quais se ocuparam largamente os jornais de nosso país. E, continuando, além-túmulo, o seu ministério sublime, conforme a observação dos médiuns clarividentes de nosso grupo, compareceu às nossas preces acompanhado por uma pequena multidão de Espíritos conturbados e infelizes a lhe pedirem socorro.

O prezado visitante senhoreou as faculdades psicofônicas do médium com todas as características de sua personalidade, inclusive a mímica oratória e a voz que lhe eram peculiares quando encarnado.

Sua alocução, de grande beleza para nós, em vista da simplicidade em que foi vazada, é portadora de expressivos apontamentos com respeito à oração.


1 Meus amigos.

Que a paz do Cristo permaneça em nossos corações, conduzindo-nos para a luz.

2 Fui padre católico romano, naturalmente limitado às concepções do meu ambiente, mas não tanto que não pudesse compreender todos os homens como tutelados de Nosso Senhor.

3 A morte do corpo veio dilatar os horizontes de meu entendimento e agora vejo com mais clareza a necessidade do esforço conjunto de todas as nossas escolas de interpretação do Evangelho, para que nos confraternizemos com fervor e sinceridade, à frente do Eterno Amigo.

4 Com esse novo discernimento, visito-vos o núcleo de ação cristianizante, tomando por tema a oração como poder curativo e definindo a nossa fé como dom providencial.

5 O mundo permanece coberto de males de toda a sorte.

Há epidemias de ódio, desequilíbrio, perversidade e ignorância, como em outro tempo conhecíamos a infestação de peste bubônica e febre amarela.

6 Em toda parte, vemos enfermidades, aflições, descontentamentos, desarmonias…

7 Tudo é doença do corpo e da alma.

Tudo é ausência do Espírito do Senhor.

8 Não ignoramos, porém, que todos temos a prece à nossa disposição como força de recuperação e de cura.

9 É necessário orientar as nossas atividades, no sentido de adaptar-nos à Lei do Bem, acalmando nossos sentimentos e sossegando nossos impulsos, para, em seguida, elevar o pensamento ao manancial de todas as bênçãos, colocando a nossa vida em ligação com a Divina Vontade.

10 Sabemos hoje que outras vibrações escapam à ciência terrestre, além do ultravioleta e aquém do infravermelho.

11 À medida que se desenvolve nos domínios da inteligência, compreende o homem com mais força que toda matéria é condensação de energia.

12 Disse o Senhor: — “Brilhe vossa luz” ( † ) — e, atualmente, a experimentação positiva revela que o próprio corpo humano é um gerador de forças dinâmicas, constituído assim como um feixe de energias radiantes, em que a consciência fragmentária da criatura evolui ao impacto dos mais diversos raios, a fim de entesourar a Luz Divina e crescer para a Consciência Cósmica.

13 Vibra a luz em todos os lugares e, por ela, estamos informados de que o Universo é percorrido pelo fluxo divino do Amor Infinito, em frequência muitíssimo elevada, através de ondas ultracurtas que podem ser transmitidas de Espírito a Espírito, mais facilmente assimiláveis por intermédio da oração.

14 Cada aprendiz do Evangelho necessita, assim, afeiçoar-se ao culto da prece, no próprio mundo íntimo, valorizando a oportunidade que lhe é concedida para a comunhão com o Infinito Poder.

15 Para isso, contudo, é indispensável que a mente e o coração da criatura estejam em sintonia com o amor que domina todos os ângulos da vida, porque a lei do amor é tão matemática como a lei da gravitação.

16 Mentalizemos a eletricidade, por exemplo, na rede iluminativa. Caso apareça qualquer hiato na corrente, ninguém se lembrará de acusar a usina, como se o fluxo elétrico deixasse de existir. Certificar-nos-emos sem dificuldade de que há um defeito na lâmpada ou na tomada de força.

17 Derrama-se o amor de Nosso Senhor Jesus-Cristo para todos os corações, no entanto, é imprescindível que a lâmpada de nossa alma se mostre em condições de receber-lhe o Toque Sublime.

18 Os materiais que constituem a lâmpada são apetrechos de exteriorização da luz, mas a eletricidade é invisível.

19 Assim também, nós vemos o Amor de Deus em nossas vidas, por intermédio do Grande Mediador, Jesus-Cristo, em forma de alegria, paz, saúde, concórdia, progresso e felicidade; entretanto, acima de todas essas manifestações, abordáveis ao nosso exame, permanece o invisível manancial do Ilimitado Amor e da Ilimitada Sabedoria.

20 Usando imagens mais simples, recordemos o serviço da água no abrigo doméstico.

Logicamente, as fontes são alimentadas por vivas reservas da Natureza, mas, para que a água atinja os recessos do lar, não prescindiremos da instalação adequada.

A canalização deve estar bem disposta e bem limpa.

21 Em vista disso, é necessário que todas as atitudes em desacordo com a Lei do Amor sejam extirpadas de nossa existência, para que o Inesgotável Poder penetre através de nossos humildes recursos.

22 O canal de nossa mente e de nosso coração deve estar desimpedido de todos os raciocínios e sentimentos que não se harmonizem com os padrões de Nosso Senhor.

23 Alcançada essa fase preparatória, é possível utilizar a oração por medida de reajuste para nós e para os outros, incluindo quantos se encontram perto ou longe de nós.

24 Ninguém pode calcular no mundo o valor de uma prece nascida do coração humilde e sincero diante do Todo-Misericordioso.

25 Certamente as tinturas e os sais, as vitaminas e a radioatividade são elementos que a Providência Divina colocou a serviço dos homens na Terra.

26 É também compreensível que o médico seja indispensável, muitas vezes, à cabeceira dos doentes, porque, em muitas situações, assim como o professor precisa do discípulo e o discípulo do professor, o enfermo precisa do médico, tanto quanto o médico necessita do enfermo, na permuta de experiência.

27 Isso, porém, não nos impede usar os recursos de que dispomos em nós mesmos. E estejamos convictos de que, ligando o fio de nossa fé à usina do Infinito Bem, as fontes vivas do Amor Eterno derramar-se-ão através de nós, espalhando saúde e alegria.

28 Assim como há lâmpadas para voltagens diversas, cada criatura tem a sua capacidade própria nas tarefas do auxílio. Há quem receba mais, ou menos força.

29 Desse modo, conduzamos nossa boa vontade aos companheiros que sofrem, suplicando a Infinita Bondade em favor de nós mesmos.

30 É indispensável compreender que a oração opera uma verdadeira transfusão de plasma espiritual, no levantamento de nossas energias.

31 Se nos sentimos fracos, peçamos o concurso de um companheiro, de dois companheiros ou mais irmãos, porque as forças reunidas multiplicam as forças e, dessa forma, teremos maiores possibilidades para a eclosão do Amparo Divino que está, simplesmente esperando que a nossa capacidade de transmissão e de sintonia se amplie e se eleve, em nosso próprio favor.

32 Mentalizemos o órgão enfermo, a pessoa necessitada ou a situação difícil, à maneira de campos em que o Divino Amor se manifestará, oferecendo-lhes nosso coração e nossas mãos, por veículos de socorro, e veremos fluir, por nós, os mananciais da Vida Eterna, porque o Pai Todo-Compassivo e Jesus Nosso Senhor nunca se empobrecem de bondade.

A indigência é sempre nossa.

33 Muitos dizem “não posso ajudar porque não sou bom”, mas, se já fôssemos senhores da virtude, estaríamos noutras condições e noutras Esferas.

34 Consola-nos saber que somos discípulos do bem e, nessa posição, devemos exercitá-lo.

Movimentemos a boa vontade.

35 Não temos ainda as árvores da generosidade e da compreensão, da fé irrepreensível e da perfeita caridade, mas possuímos as sementes que lhes correspondem. E toda semente bem plantada recolhe do Alto a graça do crescimento.

36 Assim, pois, para que tenhamos assegurado o êxito da nossa plantação de qualidades superiores, é preciso nos disponhamos a fazer da própria vida um canal de manifestação do Constante Auxílio.

37 Todos temos provas, dificuldades, moléstias, aflições e impedimentos, contudo, dia a dia, colocando nosso espírito à disposição do Divino Amor que flui do centro do Universo para todos os recantos da vida, desenvolver-nos-emos em entendimento, elevação e santificação.

38 Trabalhemos, portanto, estendendo a oração curativa.

A vossa assembleia de socorro aos irmãos conturbados na sombra é uma exaltação da prece desse teor, porque trazeis ao vosso círculo de serviço aquilo que guardais de melhor e contais simplesmente com o Divino Poder, já que nós, de nós mesmos, nada detemos ainda de bom senão a migalha de nossa confiança e de nossa boa vontade.

39 Em nome do Evangelho, sirvamos e ajudemos.

E que Nosso Senhor Jesus-Cristo nos assista e abençoe.


Eustáquio


Texto extraído da 1ª edição desse livro.

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