“A carta mediúnica que recebemos do nosso querido filho Heládio foi a coisa mais linda que nos aconteceu. Veio trazer um novo renascer para nossas vidas. Foi um lenitivo, uma mensagem muito profunda. Agradeço ao nosso querido Chico Xavier que nos trouxe de novo o sorriso e a vontade de viver.”
Marina Carvalho Nunes
O jovem Heládio nasceu e desencarnou em São Paulo.
Formou com D. Marina e Sr. Heládio Almeida Nunes, seus pais, Vera Lúcia e Marina, suas irmãs, Rui Jesus Pardini e Marcos Paes, seus cunhados, e mais três sobrinhos, a sua família, aqui na Terra.
Querido entre os amigos, amado entre os familiares, assim foi Heládio.
Agora, livre dos empecilhos da vestimenta física, projeta-se na Espiritualidade, rumo do aprimoramento por que os grandes espíritos tanto anseiam.
MENSAGEM
1 Querida mãezinha Marina e querido papai Heládio, peço-lhes que me abençoem.
2 Agradeço-lhes a bondade e a bondade da querida irmã Vera Lúcia, buscando notícias minhas. Estou melhorando.
A minha convalescença tem sido demorada, mas prossegue segura.
3 Não suponham que estivesse enganado, quando a moléstia se agigantou, atingindo-me até a cabeça. Nos dois dias últimos de meu abatimento, aceitei a ideia da morte, como sendo o único remédio que me poderia suprimir o quadro de sofrimento, no qual me achava gradeado, à maneira de um encarcerado numa gaiola de aflição.
4 Quando comecei a perder a noção de mim mesmo, não sei se pela doença ou se pela influência dos sedativos violentos que me aplicavam, percebi que perdera a oportunidade de qualquer comunicação com os meus familiares queridos.
Compreendi tudo e rendi graças a Deus.
5 Desconheço a extensão de tempo no qual estive com a impressão de que me achava por dentro de uma nuvem, uma nuvem que não me permitia coordenar pensamentos.
6 Onde e quando se deu a aparição de que lhes dou notícia, não sei dizer. Sei apenas que, em dado momento, a sombra se abriu, à feição de uma cortina retirada de chofre e vi o rosto de uma senhora a me sorrir e a chamar-me.
7 Aquele convite de uma só palavra “Levante-se!” Ergui-me, com a ideia de que algum enfermeiro me apoiava e me vi frente a frente com a senhora que generosamente me socorria.
8 Com bondade, informou-me: “Sou a sua avó Maria Ilustrina”; n então, comovidamente, entreguei-me a ela, qual menino enfermo necessitado de proteção; descansei e dormi, não sei de que modo, e acordei outro.
9 Aquele peso de corpo doente que quanto mais emagrecia mais me pesava, havia desaparecido…
10 Perdoem-me os pais queridos se digo que me senti bem; era impraticável prosseguir naquela armadura de sofrimento…
11 Penso agora em todos e peço a Deus conceda à querida Míriam n muita felicidade e um futuro de estrelas e flores.
12 Agradeço à Vera Lúcia, à Marina e ao Paes n os pensamentos de carinho que me dirigem.
13 E termino aqui este escrito que me propunha a definir por simples bilhete e que ficou assim tão longo… É a saudade que não deixa a pessoa ausente falar ou escrever pouco…
14 Mas estou tranquilo, conquanto a falta de casa e a ausência dos meus.
15 O tempo com Deus me auxiliará e espero consertar o meu campo emotivo para ser o filho amigo e útil que preciso ser.
16 Querida mãezinha Marina e querido papai Heládio, recebam o coração reconhecido do filho que lhes deve tudo de bom e belo que conheceu no Mundo Físico e prossegue sendo o filho e companheiro de sempre.
Héladio
Heládio Carvalho Nunes
25 de novembro de 1983.
Caio Ramacciotti
Paulo de Tarso Ramacciotti
[13] Maria Ilustrina — bisavó desencarnada em 1947.
[14] Míriam — sua noiva.
[15] Irmãs e cunhado.