1 — Deixem-me, monstros! — Pedia
A pobrezinha, a chorar;
Mas os lagartos e as cobras
Puseram-se a gargalhar.
2 — Deixá-la? — Disse o maior —
Teu pedido não nos vence,
Tua vida, Maricota,
Desde muito, nos pertence.
3 Ajudamos-te a roubar,
A vadiar, a fingir…
Agora, és nossa, bem nossa,
Não podes escapulir.
4 — Oh! Que horror! — Disse a infeliz,
Ninguém para consolá-la!…
Pôs-se, lívida, a correr
E os monstros a acompanhá-la…
Casimiro Cunha
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