1 CIPIÃO interrompeu-se, como se houvesse terminado a narrativa. Contemplou o céu azul onde vagueavam avermelhadas nuvens do crepúsculo. O vento leve da tarde acariciava-lhe os cabelos brancos…
As crianças conservaram-se em profundo silêncio, aguardando-lhe os comentários.
2 Decorridos alguns instantes, o velhinho amparou-se no cajado, buscando talvez energias novas, e informou em tom diferente:
— Esta, meus bons amiguinhos, é a história que eu soube haver Jesus contado, um dia, aos pequenos de Cafarnaum. Em torno dele, acotovelavam-se filhos dos mais diversos lares. Eram as crianças descendentes de judeus e romanos, gregos e etíopes que o escutavam. Meninos que vinham de todos os credos e de todas as casas, sequiosos de seu carinho e ensinamento.
3 E, após nova pausa, fixou nos ou vintes o olhar doce e calmo, prosseguindo:
— Fui informado, ainda, de que Jesus, atendendo às solicitações das crianças que Lhe ouviam a narrativa, esclareceu que a grande escola é a Terra, o mundo maravilhoso em que vivemos, cheia de flores perfumadas e de luminosos horizontes, e que Ele, nosso Divino Mestre, vinha ao encontro dos príncipes, em nome do Poderoso Pai, a fim de ajudar a todos na restauração da concórdia e do trabalho, da alegria e do entendimento.
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Veneranda