O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão
Doutrina espírita - 2ª parte.

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Os filhos do Grande Rei — Veneranda


16

O segundo juiz

1 O trabalho do segundo juiz era mais difícil, mais doloroso. A missão do primeiro julgador perdurava até ao instante em que os príncipes eram obrigados a deixar o uniforme envelhecido ou roto. Aí então começava o serviço do segundo. Ele devia mostrar aos filhos ingratos o erro em que se haviam comprometido, com toda a franqueza, depois de encerrada a oportunidade de serviço e estudo.

2 Os herdeiros do Grande Rei, todavia, quando foram entregues ao segundo julgador, a fim de receberem a verdade e a luz para tornarem aos braços paternos, estavam com os olhos cheios de treva e as mãos tintas de sangue, os pés revestidos de lodo e o coração cercado de espinhos, mormente todos aqueles que haviam fugido ao auxílio do primeiro juiz retificador. Estavam cegos e tontos. Não sabiam que rumo escolher. A consciência parecia-lhes uma casa incendiada. Os príncipes tão ricos e tão desventurados, agora só sabiam chorar.

3 O segundo juiz revelou-lhes o abismo em que se haviam precipitado.

4 Dedicado e bom, como sempre, o Poderoso Pai veio ver os filhos sofredores; entretanto, os príncipes não o viram, nem lhe ouviram a voz pelo estado lastimável em que se achavam.

5 Compadecendo-se dos jovens, o Rei Sábio e Bondoso desculpou-os e, chamando os conselheiros, determinou que os filhos amados voltassem à grande escola, guardados de perto pelos dois juízes, recomeçando o aprendizado da sabedoria e do amor para a redenção.

6 De novo, o velho narrador fez longa pausa, para concluir:
— Desde então, os aprendizes regressam ao educandário, utilizando os mesmos uniformes para adquirirem a virtude e a elevação.


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Veneranda


Texto extraído da 1ª edição desse livro.

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