“Mas não o receberam, porque o seu aspecto era como de quem ia a Jerusalém.” — (LUCAS, 9.53)
1 Digna de nota a presente passagem de Lucas.
Reparando os samaritanos que Jesus e os discípulos se dirigiam a Jerusalém, negaram-se a recebê-los.
2 Identificaram-nos pelo aspecto.
Se fossem viajores com destino a outros lugares, talvez lhes oferecessem hospedagem, reconforto, alegria…
3 Não se verifica, até hoje, o mesmo fenômeno com os verdadeiros continuadores do Mestre?
4 Jerusalém, para nós, simboliza aqui testemunho de fé.
5 E basta que alguém se encaminhe resolutamente a semelhante domínio espiritual, para que os homens comuns, desorientados e discutidores, lhe cerrem as portas do coração.
6 Os descuidados, que rumam na direção dos prazeres fáceis, encontram imediato acolhimento entre os novos samaritanos do mundo.
7 Mulheres inquietas, homens enganadores e doentes espirituais bem apresentados possuem, por enquanto, na Terra, luzida assembleia de companheiros.
8 Todavia, quando o aprendiz de Jesus acorda na estrada humana, verificando que é indispensável fornecer testemunho da sua confiança em Deus, com a negação de velhos caprichos, na maior parte das vezes é constrangido a seguir sem ninguém.
9 É que, habitualmente, em tais ocasiões, o homem se revela modificado.
10 Não dá a impressão comum da criatura disposta a satisfazer-se.
11 É alguém resolvido a renunciar aos próprios defeitos e a anulá-los, a golpes de imenso esforço, para esposar a cruz redentora que o identificará com o Mestre Divino…
12 Por essa razão, mesmo portas a dentro do lar, quase sempre não será plenamente reconhecido, porque seu aspecto sofreu metamorfose profunda… Ele mostra o sinal de quem tomou o rumo da definitiva renovação interior para Deus, disposto a consagrar-se ao eterno bem e a soerguer seu coração no grande caminho…
Emmanuel