O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão
Doutrina espírita - 2ª parte.

Índice |  Princípio  | Continuar

Fonte viva — Emmanuel


15

Fraternidade

“Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos: se vos amardes uns aos outros.” — Jesus. (JOÃO, 13.35)


1 Desde a vitória de Constantino, que descerrou ao mundo cristão as portas da hegemonia política, temos ensaiado diversas experiências para demonstrar na Terra a nossa condição de discípulos de Jesus.

2 Organizamos concílios célebres, formulando atrevidas conclusões acerca da natureza de Deus e da Alma, do Universo e da Vida.

3 Incentivamos guerras arrasadoras que implantaram a miséria e o terror naqueles que não podiam crer pelo diapasão da nossa fé.

4 Disputamos o sepulcro do Divino Mestre, brandindo a espada mortífera e ateando o fogo devorador.

5 Criamos comendas e cargos religiosos, distribuindo o veneno e manejando o punhal.

6 Acendemos fogueiras e erigimos cadafalsos, inventamos suplícios e construímos prisões para quantos discordassem dos nossos pontos de vista.

7 Estimulamos insurreições que operaram o embate de irmãos contra irmãos, em nome do Senhor que testemunhou na cruz o devotamento à Humanidade inteira.

8 Edificamos palácios e basílicas, famosos pela suntuosidade e beleza, pretendendo reverenciar-lhe a memória, esquecidos de que ele, em verdade, não possuía uma pedra onde repousar a cabeça.

9 E, ainda hoje, alimentamos a separação e a discórdia, erguendo trincheiras de incompreensão e animosidade, uns contra os outros, nos variados setores da interpretação.

10 Entretanto, a palavra do Cristo é insofismável. Não nos faremos titulares da Boa Nova simplesmente através das atitudes exteriores…

11 Precisamos, sim, da cultura que aprimora a inteligência, da justiça que sustenta a ordem, do progresso material que enriquece o trabalho e de assembleias que favoreçam o estudo; no entanto, toda a movimentação humana, sem a luz do amor, pode perder-se nas sombras…

12 Seremos admitidos ao aprendizado do Evangelho, cultivando o Reino de Deus que começa na vida íntima.

13 Estendamos, assim, a fraternidade pura e simples, amparando-nos mutuamente… Fraternidade que trabalha e ajuda, compreende e perdoa, entre a humildade e o serviço que asseguram a vitória do bem. 14 Atendamo-la, onde estivermos, recordando a palavra do Senhor que afirmou com clareza e segurança: — “Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos: se vos amardes uns aos outros.”


Emmanuel


Texto extraído da 1ª edição desse livro.

Abrir