Israel Ovídio Nogueira Júnior
1 Querida Maria Amélia n e querida Valéria, ainda estou aparvalhado com o caráter fulminante da virose que me despojou do corpo físico.
2 Sou trazido até aqui por minha avó Amélia, n que foi a mãezinha da nossa vovó Amélia, n que veio para a vida espiritual em circunstâncias tão trágicas.
3 Acordar nestes reinos diferentes de tudo o que se conhece, casualmente, no mundo, para mim foi um assombro que não sei classificar.
4 A bondade familiar está aqui onde me vejo agora, tanto quanto está aí em nossos caminhos da Terra.
5 Tenho um mundo de impressões na cabeça, que não consigo exteriorizar. As surpresas se condensam, de modo que não me sobram recursos para decifrá-las.
6 Apesar disso, peço-lhes dizer ao papai Israel e à mãezinha Míriam, que a vovó Amélia não e tratada onde nos achamos, à maneira de alguém que houvesse cortado voluntariamente o fio da existência, mas sim na condição de vítima da esclerose, subitamente agravada por fobias que a induziram a esquecer-se, do ponto de vista de condução da própria vontade; não me conheceu ao ver-me, no parque de tratamento a que foi conduzida.
7 Fala ainda em dinheiro, como se estivesse totalmente desvalida; entretanto, não sabe claramente o que diz; no entanto, no estado de amnésia em que se encontra, não perde a vocação da prece e, quando conversa, chora, falando em Jesus.
8 Rogo à mãezinha Míriam não se impressionar com o sucedido à vovó Amélia, porque os amigos aqui nos informam de que tudo foi feito em vão por auxiliá-la no último transe da vontade enferma e inábil para se conduzir.
9 Rogo à nossa querida Valéria me perdoe se não pude cumprir os meus votos.
10 Parece que a morte do corpo está revestida de poder, a fim de fazer o que deve, sem cogitar de nossos interesses e inquietações.
11 Conquanto o avanço rápido da virose que me exterminou o equilíbrio orgânico, não perdia a lucidez e, a cada instante, recordava quanto devia à nossa Valéria em amor e generosidade.
12 Agora, Maria Amélia, você e Ana Amélia, n irmãs que vivem por dentro de minha própria alma, me auxiliem a pedir a Jesus faça a nossa Valéria tão feliz, quanto desejei, com a impossibilidade de fazê-lo querida Valéria será feliz, assim espero.
13 Peço-lhes não cogitarem do processo fulminante da virose que me impôs o término das forças físicas.
14 A desencarnação deve possuir mil braços para atingir a tanta gente de uma vez.
15 Vocês, queridas irmãs, auxiliem igualmente ao papai Israel e à mãezinha, rudemente agredidos pelas provações dos tempos últimos.
16 Quando pensarem na vovó Amélia, ainda que por minutos breves, enviem a ela pensamentos de paz e amor. Isso lhe fará remédio salutar.
17 Querida Valéria, meus queridos pais e queridas irmãs, recebam as saudades e o carinho de todos os meus dias de agora, com todo o amor de que se sente capaz de sentir, do filho, irmão e noivo do coração,
Israel Ovídio Nogueira Júnior
Israel Ovídio Nogueira Júnior, nasceu em Uberaba, Minas, a 14 de junho de 1954, desencarnando em Cuiabá, Mato Grosso do Sul, a 9 de setembro de 1986, filho do Sr. Israel Ovídio Nogueira e de D. Míriam Magalhães Nogueira, residentes à Avenida Leopoldino de Oliveira, 59, apartamento 1701, fone: 332-3472.
Era fazendeiro, tendo exercido as suas atividades na Barra do Bugre, MT, por quatorze anos, antes de se transferir para o local, onde veio a desencarnar.
Sobre a mensagem psicografada, na noite de 27 de dezembro de 1986, eis o que conseguimos apurar entrevistando a noiva do comunicante, Srta. Valéria Minas de Assunção, residente em Uberaba, à Rua Tristão de Castro, 78, fone: 333-1887:
1 — Maria Amélia — D. Maria Amélia Nogueira Castro Cunha, irmã.
2 — “Minha avó Amélia”— D. Amélia Borges, bisavó materna.
3 — “Nossa vovó Amélia” — D. Maria Amélia Teixeira Borges, avó materna, desencarnada a 18 de março de 1986, em consequência de suicídio, em Uberaba.
4 — Ana Amélia — D. Ana Amélia Nogueira Derenusson, irmã, residente em Uberaba.
Dignos de nota na mensagem sob nosso enfoque:
1 — a ênfase dada à fulminante virose que despojou o Autor Espiritual de seu corpo físico, anulando-lhe os planos de casamento;
2 — o processo de tratamento dado à sua avó Amélia, constituindo-se num caso de suicídio com atenuante, devido à arteriosclerose de que ela fora vítima, propiciando-lhe o exagero de preocupação com o índice inflacionário do nosso País e com os sucessivos “pacotes econômicos”, lançados pelo Governo. A Misericórdia Divina, considerando a devastação física que sofrera a pretensa suicida, prestou-lhe o socorro necessário, deixando-a prosseguir na perturbação temporária a que se precipitou, por invigilância, motivo por que não tomou conhecimento do seu neto, no parque de tratamento onde se encontrava;
3 — alerta-nos para que venhamos a emitir pensamentos de paz e amor, todas as vezes que pensarmos nos suicidas ou supostos suicidas, já que semelhante prática resultará em remédio salutar para o Espírito em sofrimento, no Plano Espiritual.
Sobre suicídio da natureza que estamos estudando — atirar-se a pessoa pela janela de um edifício de grande altura —, sugerimos ao leitor consultar o Capítulo 17 do livro Vitória (Francisco Cândido Xavier, Espíritos Diversos, Elias Barbosa, Prefácio de Emmanuel, IDE, Araras, S P, 1ª edição, 1987, pp. 157-167).
Elias Barbosa