Rio de Janeiro (RJ) - 24 de março de 1964.
Rio de Janeiro (RJ) - 10 de junho de 1979.
Primogênita do casal Antônio Teixeira de Souza e Nilva Bordallo de Souza, Marcinha partiu da Vida Física para a Vida Maior com apenas 15 anos, por morte súbita.
Com os pais, ficaram os filhos mais novos, Marco Antônio e Luciana.
PALAVRAS DA MÃEZINHA DA COMUNICANTE
“A alegria foi tão grande que não existem palavras para definir o que senti naquele momento. A mensagem me trouxe grande conforto, constituindo-se em efetivo alívio para o meu sofrimento.
“Tudo parece que melhorou, mas a saudade, não há tempo que apague.”
Nilva Bordallo de Souza
MENSAGEM
1 Querida mãezinha Nilva, abençoe-me.
2 Ouvi o seu chamado e não podia ocultar-me.
3 Mãe, as lutas são nossas. Perdoe a sua Marcinha que lhes deu tanto cuidado e tanto trabalho…
4 Sei quanto se passa. Demorei algum tempo a retornar-me no campo das próprias lembranças, mas presentemente me reconheço, claramente, eu mesma.
5 A morte, mamãe! quem sabe defini-la? Não será a morte a própria vida em outra face?
Pergunto assim, porque quando abri o gás para o banho notei que minhas forças fugiam…
6 Uma espécie de queda leve me impressionou os pensamentos e por mais que desejasse não consegui reagir. O coração de gente verde também para.
7 Às vezes, as pessoas crescidas não imaginam isso, entretanto, ao que me parece, o corpo físico se assemelha a um relógio cuja corda está nas mãos invisíveis dos Mensageiros de Deus. Que seria a parada cardíaca senão isso? Ausência de corda na condição precisa.
8 Não devo alongar-me em considerações. Quando ansiava atuar contra a força que me imobilizava, vi, de relance, uma senhora que me abraçava. Tive a impressão de que, ela própria, trazia o bálsamo que me agravaria o descanso compulsório.
9 Dormi, até que acordei num ambiente novo para sofrer, com o seu carinho, o calvário de nossas experiências últimas.
10 Escutei os pensamentos de papai dentro de mim, como se fosse a voz dele articulando aos meus ouvidos. Por todos os modos, ao meu alcance, com o auxílio da vovó Ana, n pois era ela, a senhora que me enlaçou na retirada do corpo físico e no afastamento de casa, fizemos, ela e eu, quanto possível para que o papai se reanimasse.
Compreendo as suas lágrimas com a nossa separação e com a ausência dele.
11 Mãe querida, não o censure. A saudade quebrou aquele coração que não nos esquece. Visito-o muitas vezes em Três Córregos, n para onde se retirou, e busco faze-lo meditar em seu carinho, em nossa Luciana e em nosso Marco Antônio, tanto na vovó, como em todos os nossos …
12 Por enquanto, a amargura lhe cristalizou os impulsos afetivos e ainda pergunta, sem cessar, o porquê da minha desencarnação, sem compreender que os chamados das Leis de Deus são forças a que nos cabe a obrigação de obedecer e louvar, porque a Bondade dos Céus faz, em nosso favor, sempre o melhor…
13 Quando possível, rogue ao querido papai Antônio para que regresse a nós. Precisamos dele em casa. A sua bondade de esposa e mãe reconhece que não existem outros fatores que o afastam temporariamente de nós… É só o receio de contatar com a realidade.
14 Mãezinha, lembre-se de minha solicitação para que recebesse mais uma criança…
Sentia falta de um nenê, para nós, em casa. Seu carinho me falou na cirurgia sofrida e eu me referi à capacidade dos médicos para lhe devolverem os recursos da maternidade…
15 Lembro-me de seu espanto e de seu sorriso… Diga ao papai Antônio que eu pressentia a volta ao Mundo Espiritual.
16 E agora, quem sabe? Deus poderá permitir o meu regresso ao lar em um corpo diferente, mais robusto e mais apto à existência no Plano Material propriamente dito… Não sei se a Providência Divina me concederá semelhante bênção, no entanto, o impossível não existe para Deus.
17 A alegria e a coragem renovadas no papai seriam para mim energias revigorantes. Penso assim e continuarei com meus novos ideais.
18 Ainda estou muito presa ao problema de reerguer o nosso querido amor para a vida de sempre. Estou, como lhe acontece, fixada nele, suplicando a Jesus a bênção de vê-lo de retorno ao nosso ninho doméstico. Esperemos o amparo da bondade de Deus.
19 Querida mãezinha Nilva, peço-lhe não conservar lembranças minhas com exceção dos retratos, porque retratos são janelas da memória, e através deles nos entenderemos pelo pensamento.
20 Rogo-lhe força de fé renovada. O Marco e a Luciana estão à nossa frente requisitando assistência e, de meu lado, ainda alimento a esperança de regresso…
21 Em suas preces continue a lembrar-me. Preciso de seu apoio, a fim de me envolver na certeza de que não estou sonhando inutilmente.
22 A vovó Maria n também tem sido para mim uma bênção e uma luz.
23 Não posso escrever mais. Peça ao papai querido auxiliar-nos, trazendo-nos, de novo, a sua proteção insubstituível.
24 Beijo nos irmãos queridos e muito carinho a todos aqueles que são nossas escoras e esperanças em família.
25 Para o seu amor e para a dedicação do papai Antônio, os melhores sentimentos de ternura e reconhecimento de sua
Marcinha
Márcia Bordallo de Souza
23 de janeiro de 1981.
Obs. As notas de rodapé do livro impresso foram reunidas no capítulo Notas. Este livro foi rediagramado pelo compilador.