O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão
Doutrina espírita - 2ª parte.

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Entes queridos — Familiares diversos


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Klaus Heller

São Paulo (SP) - 15 de janeiro de 1955.

São Paulo (SP) - 27 de setembro de 1975.

Químico industrial, Klaus, ao desenfaixar-se do corpo físico, contava vinte anos e se preparava para completar sua formação profissional na Alemanha.

Seus pais, Ervino Alfredo Heller e Elisabeth Heller, os irmãos Ingo e Monika, todos protestantes luteranos, aceitaram plenamente as cartas do filho e irmão, através de Chico Xavier, nelas encontrando a palavra autêntica do querido Klaus.


PALAVRAS DOS PAIS DO COMUNICANTE


“As mensagens de nosso filho trouxeram-nos muita consolação.

“E, de modo especial ao Ingo, irmão do Klaus, que se achava em companhia dele quando ocorreu o acidente, as cartas fizeram muito bem, pois trazia consigo improcedente remorso, por estar dirigindo o carro naqueles tristes momentos.

“Todos ficamos aliviados, compreendendo que o Klaus continua vivo.”


Elisabeth e Ervino Heller


MENSAGEM


1 Meu pai, minha mãe, querido Ingo, peço a Deus nos proteja.

2 O que pedi para falar nesta noite, não saberia explicar. Precisava muito dizer ao Ingo para não se impressionar tanto com o que nos ocorreu.

3 Meu pai, o meu avô-bisavô Karl me acolheu. n E, por último, veio para cá a vovó Elisabeth, n e estou sempre melhor. 4 Tudo aconteceu tão de improviso que, a meu ver, os que perdem o corpo num desequilíbrio de carro em movimento, não sabem explicar detalhe algum.

5 Papai, venho rogar ao seu coração amigo ajudar seu filho com a aceitação dos fatos. Mamãe tem sofrido muito ao vê-lo amargurado e abatido. Mas, sobretudo, é ao meu querido irmão que desejo falar.

6 Então, Ingo, você se julga culpado num caso como aquele em que você também se feriu, depois de fazer tudo para ocultar-me?

7 Escutei você a chamar-me, a gritar, mas não tinha mais forças. Como me doeu ver você agoniado e pensando na morte. Você acredita que a confiança entre nós dois havia acabado? Nunca.

8 Se fosse eu em seu lugar, compreenderia o seu sofrimento de menino bom e correto, mas nós dois estamos entendidos. Ninguém teve culpa, muito menos você que sofreu muito mais, pensando mais em mim que nas dores que ficaram em seu corpo.

9 Agora, sei que até processo estão colocando entre nós dois para nos separarem. Mas qualquer juiz humano compreende que você sofre por imaginação, sem culpa alguma. n

10 Quero ver você feliz, com a nossa Monika e confirmando a alegria de nossos pais. Rogo a você, recordar-me sem desastre e sem lágrimas.

11 Deixe que se fale em torno de nós dois o que o mundo quiser. Entre nós, a confiança de irmãos sobreviverá acima de qualquer acidente da vida. Quero a você tanto bem e se sofro é somente ao pensar no que você pensa sem razão. Não poderíamos ter evitado aquele encontro-desencontro, em que eu viajei e você ficou.

12 Sinto-me contente ao dizer isso. Desejo que nossos pais não sofram tanto. Fui trazido a uma vida nova, onde, ao que me parece, todos renascem chorando, como crianças que chorando aparecem no mundo. Isso é uma fatalidade.

13 Como ver nossos pais em pranto, a irmã pesarosa e você em lágrimas, sem prender o coração a tudo isso?

14 Agora, creio eu, você varrerá do cérebro qualquer lembrança inadequada. Peço-lhe, mas peço-lhe com todo o meu amor de irmão para irmão que você se refaça. Pense, Ingo, o Natal vem perto e quero ver o papai alegre outra vez; quero ver a mãezinha confiante e você a me representar em casa.

15 Não acredite que seria diferente se você não estivesse comigo ou eu com você. Tudo estava em plano. Parece que um estudo sobre atração, na lei de causa e efeito, teria a matemática de uma lição de química.

16 Mais tarde é que se poderá comentar o porquê do que me aconteceu. Pouco a pouco, vou entrando no conhecimento das causas que determinaram a minha viagem brusca para cá. Peço a você, querido irmão, e meu melhor amigo, lavar o pensamento na fonte da confiança em Deus.

17 Mãezinha, não chore mais: meu pai, auxilie-me, pensando em minha vinda para o Mundo Espiritual, como sendo fato normal. Lembre-se, papai, de que o senhor sempre nos ensinou a colocar a cabeça sobre o coração para pensar direito. Aquela sua serenidade diante da vida sempre foi um modelo de conduta e de paz.

18 Agora, chegou a minha vez de lembrar isso, com o meu respeito nunca desmentido aos seus conselhos.

19 Não permita que o nosso Ingo se entristeça, a ponto de inconscientemente desejar a morte, como vem acontecendo, o senhor e a mamãe possuem nele um filho valoroso e irrepreensível e eu continuo a ter em nosso Ingo o meu melhor amigo.

20 Estou bem, reaprendendo e querendo acertar.
Basta me auxiliem nas vibrações e conversas de casa, com mais ânimo para o irmão que amo tanto, e terei paz suficiente para prosseguir em meus estudos.

21 Meu ideal de aperfeiçoar o alemão e o inglês, para penetrar agora a química com o pensamento clareado pela religião, está cada vez mais vivo.

22 Pai, abençoe seu filho; mãezinha, receba o meu abraço de respeitoso afeto com a nossa Monika em nossa lembrança, e você, meu caro Ingo, receba meu coração agradecido, rogando-lhe para que fique feliz.

23 Ontem passou, hoje está seguindo para fora do calendário e o nosso amanhã é uma luz que peço a Deus seja cada vez mais brilhante.

24 Deixando nestas páginas todo o carinho que sou capaz de sentir por todos, sou o filho e o irmão muito grato, por todas as bênçãos que sempre recebi em casa e pelo carinho de todos.

25 Muito de coração para coração, recebam todos o agradecimento e as melhores esperanças do


Klaus

Klaus Heller

10 de dezembro de 1977.



Obs. As notas de rodapé do livro impresso foram reunidas no capítulo Notas. Este livro foi rediagramado pelo compilador.


Texto extraído da 1ª edição desse livro.

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