TEMA — Atitude à frente de nossos erros.
1 Surge, comumente, para todos nós o instante de reconsideração dos próprios erros, em que bastas vezes experimentamos dolorosa impressão de autofalência.
2 Intentávamos completar construção determinada e a ventania das circunstâncias adversas nos derrubou as vigas iniciais; começávamos a resolver um problema difícil e ei-lo que se complica como que a destacar-nos a insipiência…
3 Revoltados contra nós mesmos, ensaiamos escapatórias diversas e asseveramos, desencantados:
— Trabalhei quanto pude…
— Tentei lutar…
— Sou um fracasso…
— Reconheci que não presto…
— A realização era alta demais…
— Para que prosseguir?!
— Deixo isso a quem possa…
— Fiz força…
4 Semelhantes afirmativas parecem testemunhar expressiva modéstia, atraindo simpatia e admiração em nosso favor, mas, na essência, não valem.
5 Quando o erro apareça em nossa área de ação, recordemos o motorista diligente que se atira a conserto e não a queixume, ante o carro enguiçado, e estabeleçamos primeiramente a pausa de revisão.
6 Aceitemo-nos tais quais somos, fracos, imperfeitos, rebeldes ou reincidentes no mal.
7 Fitemo-nos no espelho da razão pura. Raciocinemos.
8 Observemos os pontos vulneráveis, em torno dos quais as nossas faltas reaparecem.
9 Verifiquemos claramente em nós aquilo que desaprovamos nos outros.
10 Nenhuma tentativa de evasão pela tangente do desculpismo.
11 Anotemos as nossas necessidades morais, sem esperar que alguém no-las aponte, e lancemo-nos à obra restaurativa.
12 Corrigir-nos sinceramente e recomeçar trabalho de autorreeducação tantas vezes quantas se fizerem precisas.
13 Ocasiões sobrevêm nas quais o abatimento é tão grande, perante os nossos erros, que muitos de nós se aventuram a pronunciar a palavra “impossível” para qualquer convite à renovação.
14 Quando isso aconteça, fujamos de perder tempo, articulando frases de autopiedade. Sentar-se à beira da estrada, para lamentar o mal sem remédio, é tão perigoso quanto cair e refocilar-se indefinidamente no chão.
15 Por maior seja o erro em que estejamos incursos, reiniciemos pacientemente a tarefa em que nos malogramos, recorrendo à oração. Em verdade, ninguém pode substituir-nos no esforço que é nosso, mas todo esforço somado à oração quer dizer: nós com Deus.
Emmanuel