TEMA — Meditação ante os que partiram.
1 Não te encerres no passado, com a suposição de honrar a vida. 2 Cada tempo da criatura na Terra se caracteriza por determinada grandeza, que não será lícito falsear. 3 A infância tem a suavidade da semente que germina; a juventude guarda o encanto da flor que desabrocha e a madureza apresenta a glória tranquila da árvore frutescente.
4 Não julgues que ames a alguém sem que lhe compreendas as necessidades de cada período da existência. 5 A isso nos reportamos a fim de que ajudes positivamente aos seres queridos que te precederam na grande romagem da desencarnação. 6 Sem dúvida, agradecem eles o carinho com que lhes conservas o retrato da forma física ultrapassada; contudo, ser-te-ão muito mais reconhecidos sempre que lhes reconstituas a presença através de algum ato de bondade a favor de alguém, cuja memória agradecida lhes recorde o semblante em momentos de alegria e de amor, que nem sempre no mundo puderam cultivar. 7 Decerto, sensibilizam-se ante a flor que lhes ofertas às cinzas, mas se regozijam muito mais com o socorro que faças a quem sofre, doado em nome deles, pelo qual se sentem mais atuantes e mais vivos, junto daqueles que ficaram…
8 Quando mentalizes os supostos desaparecidos na voragem da morte, pensa neles do ponto de vista da imortalidade e do progresso. 9 Um coração materno tem o direito de guardar por relíquias as roupas enfeitadas e curtas dos filhinhos que acalentou no berço, mas seria loucura impor-lhes a obrigação de usá-las, depois de homens feitos, sob o pretexto de que somente assim lhe retribuirão devotamento e ternura.
10 Reverencia aqueles que partiram na direção da Vida Maior, mas converte saudade e pesar em esperança e serviço ao próximo, trabalhando com eles e por eles, em termos de confiança e reconforto, bondade e união, porquanto eles todos, acima de tudo, são companheiros renovados e ativos, aos quais fatalmente, um dia, te reunirás.
Emmanuel