1 — “Quero morrer, meu Deus, e ver se alcanço,
Estar no Espaço, ao lado de meu guia!…”
Tanto rogou Cocota de Lilia
Que morreu numa queda atrás de um ganso.
2 Mas não achou a paz que ela queria,
Nem o Céu, nem a rede de balanço…
Acompanhava o guia sem descanso,
Trabalhando e servindo, noite e dia.
3 Afadigada em tanto movimento,
Reclamava chorando: “Não aguento!…”
E renasceu na roça em Vila Bela…
4 Hoje é feliz, no Sítio da Moenda,
Destoca terra e serve na fazenda,
Carregando comida na gamela.
Cornélio Pires
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