O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão
Doutrina espírita - 2ª parte.

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Entrevistas — Emmanuel


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Troca de ideias

(Sumário)

81 — Atualidade e Espiritismo


P — Como situarmos, querido Chico, Espiritismo no panorama atual?

R — Sem dúvida que nós pessoalmente considerando, não temos qualquer autoridade para responder a uma pergunta deste gabarito, mas, em nossa condição de pequenino companheiro da causa espírita, compreendemos que o Espiritismo no panorama atual do mundo, é realmente aquele Consolador Prometido por Jesus à Humanidade, porque quantos dele se aproximam com sinceridade e com devotamento à verdade, encontram recursos para a resistência íntima contra qualquer perturbação; nós estamos vivendo no mundo uma época muito difícil, um período inçado de muitos obstáculos na vida espiritual de todos, porque a renovação está chegando para todos na Terra, à maneira de explosão: explosão de sentimentos, de pensamentos, de palavras, de ações; e sem a explicação do Espiritismo evangélico, que coloca em nosso coração e em nosso pensamento os termos do destino e do sofrimento no lugar justo, sinceramente nós teríamos muita dificuldade para harmonizar o nosso próprio mundo íntimo. Por isto mesmo nós consideramos que o Espiritismo no panorama atual da Humanidade é uma providência da Divina Misericórdia do Senhor a nosso benefício, a fim de que cada um de nós esteja no lugar certo, com as obrigações certas e desempenhando os nossos deveres tão bem quanto nos seja possível.


82 — Unificação


P — Chico, o que representam as Confraternizações das Mocidades Espíritas para o movimento de unificação?

R — Consideramos o assunto naquela base que o nosso benfeitor espiritual Dr. Bezerra de Menezes fixou numa de suas páginas, por nosso intermédio, aqui na Comunhão Espírita Cristã de Uberaba, quando nosso amigo espiritual afirmou que a Unificação do Espiritismo no Brasil é serviço urgente mas não apressado. Isso no momento nos pareceu paradoxo, mas sem dúvida que essa confraternização dos tarefeiros espirituais é trabalho urgente, porque nós precisamos cogitar da nossa confraternização de ordem geral, no campo da Doutrina, todavia esse trabalho não pode ser feito com muita pressa porque os ingredientes para a realização dele são todos de ordem espiritual e nós não podemos agir com violência. Por isso mesmo nós acreditamos que as reuniões e confraternizações de Mocidades Espíritas — que a nosso ver deveriam ser também acompanhadas de reuniões e confraternizações de adultos espíritas, é trabalho de muito valor, trabalho que nós não podemos desprezar e que devemos incentivar por todos os meios justos ao nosso alcance, para que, através do intercâmbio e da nossa comunicação mútua, possamos estabelecer bases para que a unificação real em cada grupo tenha sua aparência específica, assim como cada personalidade espírita tem a sua vida própria e seu trabalho individual dentro de nosso movimento. De modo que essas confraternizações, de mocidades espíritas ou da madureza espírita, são um movimento sério que nós devemos acatar e estimular com todas as energias ao nosso alcance.


83 — Os Espíritos e a unificação


P — Prezado Chico, como os Espíritos veem esses movimentos?

R — Pelo interesse que nossos amigos espirituais manifestam em favor dessas realizações, compreendemos que muitas das nossas confraternizações que se realizam — sem querer mecanizar ou automatizar os nossos irmãos encarnados — resultam de inspiração de benfeitores espirituais que se empenham fazendo a nossa união uns com os outros, através da palavra, da troca de experiências para que nós possamos localizar a nossa tarefa dentro do movimento espírita. Isso é muito importante. Os nossos amigos espirituais dão extraordinário relevo a esses movimentos e esperam que nós todos, os companheiros do Espiritismo, venhamos a encorajá-los por todos os modos que surjam dentro das nossas possibilidades, de vez que é pela reciprocidade, na permuta de nossas experiências, que chegaremos a conclusões e à realizações do mais alto interesse para o movimento espírita agora e no futuro.


84 — A importância do Centro Espírita


P — Quais os benefícios resultantes destes movimentos para os Centros Espíritas?

R — Os nossos amigos espirituais sempre nos ensinaram a considerar os Centros Espíritas como a Escola mais importante da nossa alma, porque é no Templo Espírita que nós recebemos de outros e podemos doar de nós mesmos os valores que servirão a cada um de nós para a vida eterna. De modo que, nós damos tanta importância ao Estudo da Matemática, ou ao estudo da Química, que realmente são importantes, não podemos menosprezar as lições em torno da paciência, em torno da tolerância, que são atitudes da alma que nós não teremos sem estudar, sem raciocinar. Portanto, um Templo Espírita é uma Universidade de formação espiritual para as criaturas humanas, e por isso o Espírito de Emmanuel, que nos orienta as atividades desde 1931, empresta a maior importância ao Templo Espírita, porque o Templo Espírita revive as casas do Cristianismo simples e primitivo em que os nossos corações se reúnem em torno dos ensinamentos do Cristo, para a melhoria da nossa vida interior. Por exemplo, numa Faculdade de ensino superior que nos merece o máximo acatamento, nós aprendemos Ciências que vão aperfeiçoar os nossos recursos intelectuais. Mas, no Centro Espírita, orientado segundo os preceitos do Evangelho, nós vamos encontrar os estudos e os raciocínios adequados à nossa necessidade de vivência em paz no mundo com a vivência igualmente do Amor uns para com os outros, segundo o ensinamento de Jesus; que nós não podemos esquecer: “Amai uns aos outros, como eu vos amei…” ( † )


85 — Cometrim


P — O que significará para Frutal a Cometrim?

R — Sem dúvida — acreditamos, que para Frutal, tanto quanto para outras cidades brasileiras, isso é naturalmente um privilégio, porque hospedará corações e inteligências interessados no estudo de nossa vida eterna, interessados em explicar as tramas do destino humano sobre a Terra; interessados em esclarecer o problema da dor, para que a dor possa ser aceita como mestra de nossa alma, e não um fantasma capaz de nos precipitar na delinquência; interessados em iluminar as nossas consciências para que a nossa vida se faça melhor, para que nós compreendamos a importância da vida e para edificarmos em nós e em torno de nós a alegria de viver — porque o Evangelho é a alegria de viver, de compreender. Então, Frutal, a nosso ver, desfrutará verdadeira bênção porque de lá a mocidade poderá irradiar um grande movimento de vibrações iluminativas e confortadoras, não só para os habitantes da cidade, como também para toda a Região onde Frutal se localiza e da região para todo o Brasil e do Brasil para o mundo inteiro. Porque os Espíritos nos ensinam que a nossa ação por pequenina que seja, como também nossa palavra, mais obscura, vai influenciar para o Bem ou para o Mal, segundo a determinação que impusemos ao nosso verbo ou à nossa atividade. Portanto, nós esperamos que Frutal, que é uma cidade muitíssimo admirada por nós, se transforme então nos dias da VIII Confraternização de Mocidades Espíritas do Triângulo Mineiro, como verdadeiro foco de luzes espirituais para todos nós. E pedimos a Deus e aos nossos benfeitores espirituais que abençoem todos os corações e todas as inteligências que se unem nesse grande empreendimento, que desejamos seja aureolado do mais amplo êxito para a difusão da Verdade e para irradiação da Luz, com Allan Kardec, que nós todos consideramos, com a bênção de Jesus, que será sempre nosso Divino Mestre e Senhor (Esse conclave foi realizado com grande êxito, de 30 de outubro a 1º de novembro de 1971).


Francisco Cândido Xavier

Emmanuel



[8] Entrevista concedida aos organizadores do COMETRIM, “Confraternização das Mocidades Espíritas do Triângulo Mineiro” na Comunhão Espírita Cristã, de Uberaba (MG), na noite de 23 de outubro de 1971.


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