1 Dinheiro posto à margem da bolsa, por desnecessário, garante facilmente a tarefa do socorro e a construção da alegria. 2 Impossível prever a extensão da felicidade suscetível de nascer da moeda que o amparo fraternal transubstancia em bênção de luz.
3 No entanto, embora reconheçamos que o dinheiro se erige por agente de apoio e consolação, não te disponhas a conquistá-lo impiedosamente. 4 Em muitas ocasiões, anseias entregar-te à prática do bem e pedes para isso que o Senhor te cumule com reservas de ouro e prata; contudo, qual acontece com qualquer conjunto de conhecimentos coordenados para os objetivos superiores da vida, altruísmo e beneficência reclamam começo e preparação. 5 A tinta, que nas mãos do artista configura o painel, criador de emoções renovadoras na alma, entre os dedos daquele que ignora a intimidade com o belo, pode fazer a mancha que desfigura a parede. 6 Quantos se apoderam do dinheiro, sem se matricularem na disciplina da renúncia e da bondade, nada conseguem para si mesmos senão o martírio dos avarentos que ressecam no próprio ser as fontes da vida. 7 Eles retêm substancioso lastro econômico, mas fazem-se escravos da sovinice, na qual, vezes e vezes, enquanto desfrutam a reencarnação, transformam seus próprios descendentes em órfãos de pais vivos para transfigurá-los depois da morte, pelos mecanismos da herança, em modelos de prodigalidade e loucura.
8 Faze por merecer o dinheiro que te sobre corretamente, a fim de que desenvolvas generosidade e progresso, na esfera de teus dias, mas edifica no terreno do espírito a compreensão e a solidariedade para que saibas conduzi-lo com segurança e discernimento.
9 Fortuna, tanto quanto ocorre ao poder e à autoridade para beneficiar efetivamente, roga equilíbrio e orientação. 10 Além do mais, se aspiras a contar com possibilidades de ser útil, no ideal de abençoar e elevar, auxiliar e servir, urge não esquecer que todos nós, indistintamente, fomos dotados por Deus, em todos os climas sociais e em todos os recantos da Terra, com as riquezas infinitas do amor, no tesouro vivo do coração.
Emmanuel
[1] Essa mensagem foi publicada originalmente em 1969 pela EPC e é a 30ª lição do
livro “Alma e coração” — Esse capítulo foi restaurado: Texto do livro impresso.