O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão
Doutrina espírita - 2ª parte.

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Escrínio de luz — Emmanuel


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Mansos de coração

1 Quando Jesus proclamou a felicidade dos mansos de coração, ( † ) não se propunha, de certo, exaltar a ociosidade, a hesitação e a fraqueza.

2 Muita gente, a pretexto de merecer o elogio evangélico, foge aos mais altos deveres da vida e abandona-se à preguiça ou à fé inoperante, acreditando cultivar a humildade.

3 O Mestre desejava destacar as almas equilibradas, os homens compreensivos e as criaturas de boa vontade que, alcançando o valor do tempo, sabem plantar o bem e esperar-lhe a colheita, sem desespero e sem violência.

4 A cortesia é o primeiro passo da caridade.

5 A gentileza é o princípio do amor.

6 Ninguém precisa, pois, aguardar o futuro, a fim de possuir a Terra. É possível orientá-la hoje mesmo, detendo-lhe os favores e talentos, entre os nossos semelhantes, cultuando a bondade fraternal.

7 As melhores oportunidades de cada dia no mundo pertencem àqueles que melhores se fazem para quantos lhes rodeiam os passos. E ninguém se faz melhor, arremessando pedras de irritação ou espinhos de amargura na senda dos companheiros.

8 A sabedoria é calma e operosa, humilde e confiante.

9 O espírito de quem ara a Terra com Jesus compreende que o pântano pede socorro, que a planta frágil espera defesa, que o mato inculto reclama cuidado e que os detritos do temporal podem ser convertidos em valioso adubo, no silêncio do chão.

10 Se pretendes, pois, a subida evangélica, aprende a auxiliar sem distinção.

11 A pretexto de venerar a verdade, não aniquiles as promessas do amor. 12 Abraça o teu roteiro, com a alegria de quem trabalha por fidelidade ao Sumo Bem, estendendo a graça da esperança, a benefício de todos, e, um dia, todos os que te cercam e te acompanham entoarão o cântico da bem-aventurança que o teu coração escreveu e compôs nos teus atos, aparentemente pequeninos de fraternidade e sacrifício, em favor dos outros, em tua jornada de ascensão à Divina Luz.


Emmanuel



[Reformador,  agosto de 1953, p. 180]


Texto extraído da 1ª edição desse livro.

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