“Mas Deus lhe disse: Louco, esta noite te pedirão a tua alma; e o que tens preparado para quem será?” — Jesus. (Lucas, 12.20.)
1 Não basta ajuntar valores materiais para a garantia da felicidade.
2 A supercultura consegue atualmente na Terra feitos prodigiosos, em todos os reinos da Natureza física, desde o controle das forças atômicas às realizações da astronáutica. 3 No entanto, entre os povos mais adiantados do planeta, avançam duas calamidades morais do materialismo, corrompendo-lhes as forças: o suicídio e a loucura, ou, mais propriamente, a angústia e a obsessão.
4 É que o homem não se aprovisiona de reservas espirituais à custa de máquinas. 5 Para suportar os atritos necessários à evolução e aos conflitos resultantes da luta regenerativa, precisa alimentar-se com recursos da alma e apoiar-se neles.
6 Nesse sentido, vale recordar o sensato comentário de Allan Kardec, no item 14, do Capítulo V, de “O Evangelho segundo o Espiritismo”, sob a epígrafe “O Suicídio e a Loucura”:
“A calma e a resignação hauridas na maneira de considerar a vida terrestre e da confiança no futuro dão ao Espírito uma serenidade, que é o melhor preservativo contra a loucura e o suicídio. Com efeito, é certo que a maioria dos casos de loucura se devem à comoção produzida pelas vicissitudes que o homem não tem a coragem de suportar. Ora, se encarando as coisas deste mundo da maneira por que o Espiritismo faz que ele as considere, o homem recebe com indiferença, mesmo com alegria, os reveses e as decepções que o houveram desesperado noutras circunstâncias, evidente se torna que essa força, que o coloca acima dos acontecimentos, lhe preserva de abalos a razão, os quais, se não fora isso, o conturbariam.”
7 Espíritas, amigos! Atendamos à caridade que suprime a penúria do corpo, mas não menosprezemos o socorro às necessidades da alma! 8 Divulguemos a luz da Doutrina Espírita! Auxiliemos o próximo a discernir e pensar!
Emmanuel
(Paris, França, 19, agosto, 1965.)