O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão
Doutrina espírita - 2ª parte.

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Estude e viva — Emmanuel / André Luiz — F. C. Xavier / Waldo Vieira


26.2

Mortos voluntários

(Temas estudados)

O Evangelho segundo o Espiritismo — Cap. XI — Item 11

O Livro dos Espíritos — Questão 685


1 Condicionou-se a mente humana, de maneira geral, a crer que madureza orgânica é antecâmara da inutilidade e eis muita gente a se demitir, indebitamente, do dever que a vida lhe delegou.

2 Inúmeros companheiros, porque hajam alcançado aposentadoria profissional ou pelo motivo de abraçarem garotos que lhes descendem do sangue, dizem-se no paralelo final da carreira física.

3 Esquecem-se de que o fruto amadurecido é a garantia de toda a renovação da espécie, e rojam-se, prostrados, à soleira da inércia, proclamando-se desalentados.

4 Falam em crepúsculo, como se não contassem com a manhã do dia seguinte.

5 Começam qualquer comentário em torno dos temas palpitantes do presente, pela frase clássica: “no meu tempo não era assim”.

6 Enquanto isso, a vida, ao redor, é desafio incessante ao progresso e à transformação, chamando-os ao rejuvenescimento.

7 Filhos lhes reclamam orientação sadia, netos lhes solicitam calor da alma, amigos lhes pedem o concurso da experiência e os irmãos da Humanidade contam com eles para novas jornadas evolutivas.

8 Bastará pensar, porém, que as crianças e os jovens não acertam o passo sem os mentores adestrados na experiência, peritos em discernimento e trabalho, para que não menosprezem a função que lhes cabe.

9 Nada de esquecer que o Espírito reencarna, atravessando as fases difíceis da infância e da juventude para alcançar a maioridade fisiológica e começar a viver, do ponto de vista da responsabilidade individual.

10 Quanto empeço vencido e quanta ilusão atravessada para consolidar uma reencarnação, longe das praias estreitas do berço e da meninice, a fim de que o Espírito, viajor da eternidade, alcance o alto mar da experiência terrestre!

11 Entretanto, grande número dos felizardos que chegam ao período áureo da reflexão, com todas as possibilidades de serviço criador, estacam em suposta incapacidade, batendo à porta do desencanto como quem se compraz na volúpia da compaixão por si mesmos.

12 Trabalhemos por exterminar a praga do desânimo nos corações que atingiram a quadra preciosa da prudência e da compreensão.

13 Vida é chama eterna. Todo dia é tempo de inventar, clarear e prosseguir.

14 Os companheiros experientes no esforço terrestre constituem a vanguarda dos que renascem no Planeta e não a chamada “velha guarda” que a rabugice de muitos imaginou para deprimir a melhor época da criatura reencarnada na Terra.

15 Desencarnação é libertação da alma, morte é outra coisa. Morte constitui cessação da vida, apodrecimento, bolor.

16 Os que desanimam de lutar e trabalhar, renovar e evoluir são os que verdadeiramente morrem, conquanto vivos, convertendo-se em múmias de negação e preguiça, e, ainda que a desencarnação passe, transfiguradora, por eles, prosseguem inativos na condição de mortos voluntários que recusam viver.

17 Acompanhemos a marcha do sol, que diariamente cria, transforma, experimenta, embeleza. Renovemo-nos.


André Luiz


Texto extraído da 1ª edição desse livro.

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