O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão
Doutrina espírita - 2ª parte.

Índice |  Princípio  | Continuar

Esperança e alegria — Familiares diversos


7

Cleide Aparecida Rodrigues de Almeida

11 de Agosto de 1959, Campinas, SP.
19 de Fevereiro de 1980, São Paulo, SP.

Cleide, aos 20 anos, trabalhava como recepcionista da WEA Discos Ltda. e preparava-se para entrar em uma faculdade de jornalismo.

Fortes chuvas desabavam sobre São Paulo, mas ela não poderia imaginar que o Rio Tamanduateí, cujo leito ultrapassava seu curso normal, pudesse estar tão voraz.

O automóvel em que estava foi tragado pelas águas e Cleide partiu deste mundo.


DEPOIMENTO


Estas são palavras de sua família:

“O desencarne de nossa Cleide foi um tremendo golpe para todos nós. Sua mensagem nos trouxe uma nova motivação para viver. Saber que tudo continua e que ela está sempre nos ajudando e dando força espiritual é um enorme conforto e motivo de muita alegria.

É um ponto de partida para novos conhecimentos e novas realizações no auxílio aos nossos irmãos mais carentes.

Agradecemos a Deus e ao nosso querido Chico Xavier por tudo de bom que a mensagem de nossa Cleide trouxe para toda a família.”


Maria Aparecida e Jorge e Rodrigues de Almeida


ESCLARECIMENTOS


Esclarecimentos sobre o texto da mensagem:

Pais: Jorge Rodrigues de Almeida e Maria Aparecida Almeida.

Irmãos: Cleusa e Cláudio de Almeida.

Nelson Castro Dantas: amigo de trabalho que desencarnou no mesmo acidente.

José Peroba dos Santos — Tio em segundo grau.

Padre Victor de Três PontasPe. Francisco de Paula Victor, já desencarnado.

Sônia e Crislene — amigas de Cleide.

Vovó Maria Margarida da Conceição — bisavó já desencarnada.



MENSAGEM


1 Querida mamãe Cida e querida Cleusa,
Estou aqui nestas linhas tentando identificar-me com vocês, nas mesmas preces em que rogamos a bênção de Deus, em auxílio a nós todos.

2 Compreendo que o desejo de intercâmbio que lhes move os pensamentos será motivado pela mesma causa através da qual venho a vocês para afirmar-lhes que estou melhor.

3 Aquela terça-feira de carnaval, para nós, foi realmente uma noite de redenção pela dor.
Quando nos afastamos de casa para alguns minutos de entretenimento, ignorávamos que nos púnhamos a caminho de um ponto alto de nossa vida espiritual.

4 A Terra física apresenta dessas surpresas.
Por vezes, a criatura mentaliza a ausência rápida no rumo de uma festa, desconhecendo que segue instintivamente ao encontro da morte.

5 Não digo isso por pessimismo, falo de outro ângulo da vida, reconhecendo que a morte do corpo é simples mudança.

6 Entretanto, não consigo reportar-me ao acontecimento fora dos padrões de entendimento que regem as nossas opiniões em família no Plano físico e por isso, rogo não só à mãezinha, a meu pai, à Cleusa e Cláudio para que não choremos senão de reconhecimento a Deus pelo fato da vida não nos cercear a necessidade do resgate de certas contas que jazem atrasadas no livro do tempo.

7 É verdade que o nosso veículo rodou do asfalto da rua para o curso do Tamanduateí, compelindo o nosso amigo Nelson e a mim própria à desencarnação violenta, mas é possível imaginar que os automóveis de hoje substituem as carruagens de ontem e sempre existiram perigosos cursos d’água, sobre os quais muitos delitos foram cometidos e ainda são perpetrados até hoje por Espíritos que se fazem devedores perante as leis Divinas.

8 O companheiro e eu estávamos empenhados a certa dívida do pretérito que, pela misericórdia do Senhor, fomos chamados a ressarcir, em nosso próprio beneficio.

9 Deixo aos familiares queridos o trabalho de complementarem por imaginação o que me proponho a dizer e volto a assegurar-lhes que estou satisfeita, conquanto as saudades que são luzes inextinguíveis no coração.

10 Felizmente, com o auxílio dos amigos do tio José e do nosso benemérito Padre Victor, conseguimos observar o Nelson reintegrado espiritualmente na equipe familiar a que pertence.

11 E as amigas Sônia e Cristina já se descartaram das recordações amargas da noite em que se fizeram de novo ao solo, já que o nosso débito não as envolvia.

12 Deus as abençoe nas tarefas em que se encontram e conserve a nossa casa repleta de paz e esperança que, por mercê de Deus, já nos permitimos usufruir. 13 A vovó Maria Margarida e o tio prosseguem na mesma dedicação com que me acolheram e desejo noticiar-lhes que após a retirada de meu pobre corpo das águas à frente do santuário de Pirapora, fui conduzida a tratamento, e os amigos de nosso pessoal solicitaram ao médico Dr. Augusto Silva, que brilhou em Lavras, me dispensasse os cuidados de que me via carente.

14 Graças a Deus e à intervenção de tantos afetos sinto-me encorajada a retomar o trabalho que me espera e no qual conto com a possibilidade de ser útil aos nossos companheiros necessitados ou mais necessitados do que nós mesmos.

15 Quem sabe guardarei atribuições de colaborar em auxílio de quantos se dirigem para as festas do Mundo? Penso de mim para comigo que será esse um nobre encargo no qual encontrarei o meu campo de partida para novos conhecimentos e novas realizações.

16 Nesse sentido, querida mamãe Aparecida, continue orando em meu apoio.
Devo tanto às preces de casa e às vibrações de amor que o lar me endereça que não vacilo em pedir as intercessões, junto à nossa Cleusa, para que me fortaleça e abrace os meus novos deveres com alegria.

17 Aqui termino com a ideia que não lhes escrevi como desejava e sim como pude.

18 Estou reconhecida à compreensão e à generosidade com que interpretaram a provação que me abriu passagem para a vida diferente em que me encontro agora e peço a Deus os recompense a todos.

19 Querida irmã do coração, receba o calor de meu afeto invariável, com lembranças a todos os nossos.

20 E para a querida mãezinha Cida, deixo nestas páginas todo o carinho e toda a gratidão da filha que lhe deve tudo de melhor que traz na própria alma, sempre a sua filha e companheira de todos os instantes.


Cleide Aparecida Rodrigues de Almeida


Texto extraído da 1ª edição desse livro.

Abrir